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NA REDE
Para autor, vendas não cairão
Paulo Coelho coloca obras de graça na web
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo Coelho, agora em versão
gratuita. O maior best-seller da literatura brasileira (53 milhões de
exemplares em 150 países) decidiu oferecer seus livros de graça,
pela internet. Para ele e sua atual
editora, a Rocco, isso não afetará a
venda das obras. Já a Objetiva,
que possui quatro livros de Coelho em catálogo, não faz comentários sobre o projeto.
Por qual razão Paulo Coelho resolveu tomar essa decisão? "Muitos pedidos de livros grátis no
Brasil [bibliotecas] e em diversas
partes do mundo; brasileiros que
não conseguem ter acesso aos livros", disse o autor, da Alemanha.
No endereço www.paulocoelho.com estão disponíveis: "O
Diário de um Mago", "O Alquimista", "Brida", "As Valkírias",
"Na Margem do Rio Piedra Eu
Sentei e Chorei", "Monte Cinco",
"O Manual do Guerreiro da Luz",
"Veronika Decide Morrer" e "O
Demônio e a Srta. Prym".
Há ainda suas colunas para jornais, adaptações de outros autores e um discurso feito na Academia Brasileira de Letras -onde
Coelho tomou posse da cadeira
21, no final do último mês. Um
pequeno texto avisa aos leitores
que os livros podem ser impressos (por meio de um "down-load"), mas não vendidos.
A notícia da gratuidade de Paulo Coelho chegou ao mercado logo após ter ele anunciado estar
deixando a editora Objetiva para
retornar à casa de edição de seu
início de carreira, a Rocco.
Procurada pela Folha, a direção
da Objetiva não respondeu aos
pedidos para que se posicionasse
sobre o fato de obras de Coelho
estarem disponíveis gratuitamente. Já Paulo Rocco, que, além de
dirigir a editora que leva seu nome, é presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros
(Snel), disse não acreditar em
uma alteração nas vendas.
"Acho que o projeto cumpre
um papel social, um papel que cabe também aos editores", afirmou
Rocco. "E, na verdade, acho que
isso terminará sendo um bom negócio para todos. Os leitores que
não tiverem condições de comprar o livro poderão lê-lo na internet. Mas muitas pessoas conhecerão os títulos por esse meio. É
uma forma de divulgação."
A experiência de Paulo Coelho
parece confirmar a tese. Ele havia
feito o mesmo uso da internet na
Rússia e com a versão de "O Alquimista" em espanhol. "Em nenhum lugar do mundo as vendas
normais decaíram", diz Coelho.
"O livro físico ainda continua
mantendo sua magia."
(MR)
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