São Paulo, sexta-feira, 09 de novembro de 2007

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CDs

Pop
Made of Bricks
KATE NASH
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: ótimo
Ao falar de Kate Nash, a comparação recai normalmente sobre Lily Allen. Porque as duas são jovens (Nash tem 20 anos) inglesas, cantam sobre temas do cotidiano (namorados, brigas etc.) e porque foi Lily Allen quem primeiro começou a falar da amiga.
Mas enquanto a primeira abusa do reggae, do ska e de sonoridades dos anos 50/60, Nash está mais próxima do rap, do grime e da eletrônica.
Nesse sentido, ela lembra Mike Skinner (The Streets) e, no jeito falado e quebrado do vocal, Alex Turner (Arctic Monkeys). "Foundations", em que ela lava a roupa suja com o namorado, é das mais deliciosas do CD.
POR QUE OUVIR: Kate Nash trata suas canções como diários e retratos de sua vida. Em faixas como "Mouthwash", "Merry Happy" e "Dickhead", vê-se que ela tem coisas interessantes para contar.
(THIAGO NEY)

Instrumental
Autoral - Gafieira Carioca
ZÉ MENEZES
Gravadora:
ABZ; Quanto: R$ 18, em média; Avaliação: ótimo
Autodidata que se tornou um dos maiores violonistas e guitarristas do país, Zé Menezes, 86, mostra neste CD a excelência e a discrição que marcam seus mais de 70 anos de carreira. Ele não prioriza seus solos, e sim o conjunto de excelentes músicos, confirmando o grande arranjador e integrante de orquestras que é. No repertório, algumas de suas principais composições, como "Encabulado", "Comigo É Assim", "Nova Ilusão" e a abertura dos "Trapalhões", que se tornou sua obra mais popular. As primeiras faixas, "Gafieira no Bronx" e "Uma Noite na Lapa", são excelentes.
POR QUE OUVIR: Como o título indica, o clima é de gafieira, com altas doses de suingue e alegria. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Rock
The Piper at the Gates of Down
PINK FLOYD
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 40, em média; Avaliação: ótimo
Antes do paquiderme construído pela megalomania visionária de Roger Waters, o Pink Floyd teve Syd Barrett, que carregava consigo um imaginário bem menos hiperdimensionado. Em 1967, ainda era uma banda que dialogava diretamente com o legado dos Beatles, e a lisergia falava de gnomos, mas ainda não queria denunciar as mazelas do mundo. Ambos os Floyds são pérolas, mas esta reedição de "Piper" serve para lembrar letras aparentadas aos personagens criados por Paul McCartney, como "Lucifer Sam". Obra-prima construída antes que a lisergia enlouquecesse Barrett, que seria substituído pelo gênio David Gilmour, vem em dois discos: mono e estéreo.
POR QUE OUVIR: para desmistificar a verdade absoluta de que o Pink Floyd é uma banda para tiozinho com coleções de laser disc e home-theaters. Há groove e descompromisso, como em qualquer grande banda de rock da época. (MÁRVIO DOS ANJOS)


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