São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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CRÍTICA

Jazzístico, músico comprova que continua genial

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cegos, surdos e burros devem ser os produtores de disco brasileiros. Como não notar o privilégio de termos até hoje em atividade músico como Johnny Alf, em grande forma aos 76 anos, sem gravar um álbum decente há quase 30 anos? Precisou vir um produtor japonês e fazer tudo como deveria ser feito: encorajou a descoberta de composições novas e inéditas, criou clima propício a improvisações no estúdio, insistiu nos timbres acústicos, lançou o álbum e provou que Johnny Alf, sim, era genial e continua sendo.
O pianista, cantor e compositor tirou da gaveta 15 músicas datadas de 45 e de cinco anos atrás. A mais antiga talvez seja "Céu de Estrelas", composta para Dolores Duran. "Pisou na Bola" foi gravada originalmente por Isaura Garcia em seu último disco. "E Aí" e "Choratina" foram lançadas por Claudette Soares no álbum "Vida Real", de 1995.
Além da oportunidade de conhecer suas novas músicas, o álbum traz sua voz, tão única e emocionante quanto sempre, e seu piano. Sempre genial ao incorporar harmonias e formatos jazzísticos na música brasileira, aqui ele mostra que continua mestre de sua arte. Jazzístico, moderno, solto e à vontade, toca com elegância e leveza e deixa os arranjos soarem naturais como suas músicas. Tudo como deve ser. (RE)

Mais Um Som
    
Artista: Johnny Alf
Lançamento: Guanabara Records
Quanto: R$ 30, em média


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