São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

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CRÍTICA SHOW

Amy oscila entre o nervosismo e a coragem

Cantora reabilita seu show em Florianópolis, depois de um começo desastroso que incluiu vaias do público

THALES DE MENEZES
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Amy Winehouse fez seu primeiro show no Brasil, na madrugada de sábado para domingo, em Florianópolis.
Na verdade, dois shows. Porque sua apresentação se dividiu em duas partes: a primeira, fraca e confusa; a segunda, muito empolgada. Depois de shows curtos de Mayer Hawthorne e Janelle Monáe, cerca de 45 minutos cada um, Amy apareceu no palco à 0h50, diante de cerca de 12 mil fãs entusiasmados no Stage Music Park.
Mais parecia uma torcida do que uma plateia. Todos querendo ver Amy de volta à forma física e ao vozeirão que ostentava quando o álbum ""Back to Black" (2006) conquistou o mundo.
A cantora abriu o show com ""Just Friends", emendando ""Back to Black". Difícil foi saber quando uma terminou e a outra começou. Amy cantava alguns trechos de maneira incompreensível, demonstrando nervosismo.
Trêmula, passou a abrir uma garrafa de água mineral atrás da outra.
Um dos momentos mais engraçados da noite -e também constrangedores- foi quando ela tentou cantar na garrafa que segurava, pensando ser o microfone.
Na música seguinte, o hit ""Tears Dry on Their Own", o público puxou o coro, mas nem assim Amy se mostrou menos titubeante. Olhava para o chão, onde checava uma ""cola" das letras.
O susto veio depois da quinta canção. Amy deixou o palco. Um dos vocalistas de apoio assumiu o microfone e mandou ver ""Lovers Never Say Goodbye", diante de um público que se dividia em aplausos de incentivo e algumas vaias.
Vieram então duas versões bem capengas de músicas de sucesso, ""Love Is a Losing Game" (irreconhecível) e ""Some Unholy War". O pior estava por vir. Desta vez, o outro vocalista da banda pegou o microfone para cantar não uma, mas duas músicas seguidas. Na primeira, Amy ainda fez um pouco dos vocais do coro. Na segunda, sentou junto à bateria e de lá não saiu, nem puxada pela mão por seu baixista.
Terminada a canção, Amy não parecia saber o que fazer e conversou com seu tecladista por mais de um minuto. Quando tudo indicava que o show tinha desandado de vez, veio uma guinada que salvou a noite.
Amy começou a cantar ""Rehab", seu maior sucesso, e desta vez a reação calorosa do público animou a cantora. Pela primeira vez depois de quase 45 minutos de show, Amy abriu um sorriso, que manteve até o bis. O público, carinhoso e extasiado, deixou a desconfiança de lado e se entregou ao hit.
Após uma apresentação dos integrantes da banda, Amy continuou a ganhar os fãs com mais dois sucessos, cantados com garra e coração, ""You Know I'm No Good" e ""Me & Mr. Jones".
Depois dessas, Amy e a banda deixaram o palco, praticamente uma hora depois do início. Atendendo ao público, voltaram para um bis de quase dez minutos, encerrado com ""Valerie".
Com as 17 músicas mostradas em Florianópolis, ainda é difícil prever como será o resto da turnê da cantora, que continua hoje no Rio.
A Amy que fechou a noite mandou bem, mas a Amy quase transtornada da abertura do show deixou seu fãs preocupados.

AMY WINEHOUSE
AVALIAÇÃO regular


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