São Paulo, terça-feira, 10 de março de 2009

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Crítica

Glauber Rocha filma "nonsense" político

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA


O Canal Brasil, outrora canal de filmes brasileiros, afastou do horário nobre praticamente qualquer vestígio deles. Agora é preciso entrar na madrugada para ver um nacional, seja bom ou não. Hoje, aliás, é dia de biscoito fino. Para muitos, "Terra em Transe" (0h20, não indicado para menores de 18 anos) é o melhor de Glauber Rocha.
Com efeito, existe ali uma encenação de nosso "nonsense" político (em princípio, nos idos de 1960, uma alegoria do golpe militar) que, a princípio, nada tem de realista. No entanto, cada vez que atentamos ao andar errático de José Lewgoy (Felipe Vieira), ao olhar sempre no além de Paulo Autran (Porfirio Diaz), aos desesperados movimentos de Jardel Filho (o jornalista Paulo Martins), parece que essa representação hiperbólica é a única capaz de dar conta de um destino tão destemperado.
Ainda hoje, atentar a "Mocinho Encrenqueiro" (14h20; 12 anos), de Jerry Lewis, e "Monsieur Verdoux" (17h40, livre), de Chaplin, ambos no Telecine Cult.


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