São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005 |
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NAS LOJAS Pop LIVE FROM LAS VEGAS FRANK SINATRA "A Voz" tem aqui 71 anos. Comanda seu show diante da platéia de Las Vegas no ano de 1986. É perceptível uma tentativa de poupar a garganta. Os arranjos emulam o que já havia sido feito em estúdio, o repertório é o tradicional mais surrado de Sinatra. "New York, New York", "My Way", "Mack the Knife", tudo o que você pode ter em outras gravações com melhor forma. Alguns artistas, no entanto, podem se dar ao luxo de gravar várias versões de si mesmos sem perder a dignidade. Sinatra é um desses que deixou o asilo esperando. Que você tenha a mesma sorte. POR QUE OUVIR: a descontração dos monólogos entre uma música e outra dão um clima interessante. (MÁRVIO DOS ANJOS) GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 35, em média. Pop CAVALEIRO ANDANTE GABRIEL O PENSADOR Com histórico de discurso pseudocrítico e infantilização do rap, Gabriel faz de seu sexto disco de inéditas uma tentativa de guinada para a mítica maturidade. Nesse caminho, inclui letras com valores espirituais/morais ("Sorria") e protestos contra a violência que afeta a classe média ("Bossa 9", "Palavras Repetidas"). Soa, dessa forma, ainda ingênuo, e o modelo autolaudatório fala alto ("Cavaleiro Andante"). POR QUE OUVIR: Gabriel faz, antes de mais nada, música pop, repleta de referências; destaque para os samples de Legião Urbana (na oportuna "Palavras Repetidas"), Tim Maia, Tom Jobim/Vinicius de Moraes e até Strauss (o tema de "2001" na pretensiosa "Sem Neurose"). (BYS) GRAVADORA: Sony BMG. QUANTO: R$ 30, em média. MPB BEBEL GILBERTO REMIXED BEBEL GILBERTO Exatamente um ano depois do lançamento do disco com as versões originais, acaba de chegar a versão remixada do segundo álbum de Bebel Gilberto. Tem seus bons e maus momentos, seus erros e acertos. Felizmente, a originalidade resulta mais constante e eloqüente no saldo final. E fica claro o maior talento de Bebel: sua habilidade de cercar-se de pessoas originais, com boas idéias a acrescentar à sua música. Guy Sigsworth, Telefon Tel Aviv, Spiritual South e Monoaural são alguns dos convocados. POR QUE OUVIR: é bom para conhecer mais algumas das possibilidades da música brasileira. (RONALDO EVANGELISTA) GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 35, em média. Rock DEVILS & DUST BRUCE SPRINGSTEEN Em uma pátria que vê apenas os vencedores, Bruce Springsteen é um herói atípico. Os excluídos são seu foco (há quem veja nisso mero reacionarismo). Vemos aqui o retorno de um artista que perdeu -foi ativamente pró-Kerry na campanha eleitoral. O CD transpira política, apesar de não ir diretamente ao tema. Nas metáforas sobre esperança e perdas, o álbum vai aos grotões da América, por isso a ênfase no folk/ country. "Tenho Deus ao meu lado/e se aquilo que você faz para sobreviver mata as coisas que você ama", diz na faixa-título. POR QUE OUVIR: traduz, na música, o que significa a reeleição de Bush; a edição traz um DVD com performances acústicas. (BYS) GRAVADORA: Sony BMG. QUANTO: R$ 30, em média. MPB PRA VOCÊ MARGARETH MENEZES Com crédito nos círculos de "world music" no exterior e credenciais de precursora do axé, ela chega ao sétimo disco de estúdio com seu afro-pop de sotaque soul beirando a MPB. O disco tem seus momentos buscando a diversão -às vezes encontrando, outras esbarrando na tosquice. Cantora de trio, tem bela voz grave, mas vive em situação delicada: busca o puro pop ou tenta se sofisticar? Seja lá qual for a escolha, corre o risco do fracasso crítico e popular. Neste CD, tem o mérito de não esnobar o pop nem se render à sua facilidade. POR QUE OUVIR: para ir um pouquinho (mas nem tanto) além da limitada música pop baiana. (RE) GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 30, em média Rock BLEED LIKE ME GARBAGE Com a ruivinha Shirley Manson nos vocais e Butch Vig (que produziu "Nevermind", do Nirvana) na bateria, o Garbage sempre esteve a um passo de realmente estourar. O problema é que essa é uma banda que, quando é rock, nunca é rock o suficiente e, quando usa a eletrônica, nunca é eletrônica o suficiente. Liricamente, é um álbum quase simplório, vide a infantil "Bad Boyfriend" e a insossa "Why Do You Love Me". Neste quarto disco, não havia muito o que esperar do Garbage, e talvez essa pouca expectativa traga algumas boas surpresas para seus fãs. POR QUE OUVIR: o Garbage (ainda) não é um caso perdido, pelo menos com canções como "Run Baby Run" e "Right Between the Eyes". (THIAGO NEY) GRAVADORA: Warner. QUANTO: R$ 35, em média. Texto Anterior: MPB/"01 Byte 10 Cordas": Loucuras de um bandolim sozinho Próximo Texto: Cinema/"Sr. e Sra. Smith": Pitt leva às telas relacionamento difícil Índice |
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