São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

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"A JANELA DA FRENTE"

Drama italiano acha sua força ao beber na fonte de Bergman

THIAGO STIVALETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Foi um exagero premiar "A Janela da Frente" com cinco Donatellos, que corresponde ao Oscar italiano: melhor filme, atriz, ator, música e prêmio do júri para o diretor (Ferzan Ozpetek).
A história inventiva sofre com uma direção sem criatividade, um galã italiano inexpressivo vindo da televisão e uma trilha sonora muito mais presente do que seria realmente necessário.
Mas sobra algum encanto à história de Giovanna, uma operária desiludida com o trabalho e com o marido fracassado que nutre uma paixão pelo vizinho da janela da frente. Seu imaginário vai ser despertado por uma outra história de amor: a de Simone, um senhor sem memória que o marido acha um dia na rua e, com pena, leva para casa.
Para não estragar a surpresa do filme, basta dizer que o amor peculiar de Simone teve que enfrentar os horrores do nazismo na Segunda Guerra Mundial -e só sobreviveu a eles na memória.
São nas cenas que misturam personagens do passado e do presente na memória do velho misterioso -diretamente inspiradas no Ingman Bergman de "Morangos Silvestres" (1957)- que o longa-metragem italiano encontra a sua força.


A Janela da Frente
La Finestra di Fonte

  
Direção: Ferzan Ozpetek
Produção: Itália, 2003
Com: Massimo Girotto, Giovanna Mezzogiorno, Raoul Bova
Quando: a partir de hoje nos cines Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex e Market Place Playarte


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