São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ERIKA PALOMINO

O NOVO VESTIR TROPICAL: POVO DA MODA SE JOGA NO VERÃO 2006

E o Rio dá a partida na temporada do verão 2006. "Lifestyle" para quem precisa. E disso os cariocas entendem. A 20ª edição dos lançamentos de moda na cidade começa na próxima terça-feira, com o esperado desfile da Maria Bonita, justamente um dos pilares do estilo do vestir tropical.

 

E diz que só de fios de iluminação no Fashion Rio seria possível dar a volta cinco vezes na Lagoa! Incrível! E já reparou como só paulista fala os nomes inteiros? Carioca fala Rio e Lagoa. Paulistano vai de Rio de Janeiro e La-go-a Ro-dri-go de Frei-tas. Assim mesmo, bem atrapalhado. E eu posso falar porque sou carioca nascida em Copacabana, crescida em Ipanema e praticamente naturalizada paulistana, com 20 anos de garoa. Portanto, bairrismo não tem vez.
 

A moda brasileira não precisa mesmo de bairrismos, e que bom que modelos importantes vão fazer, desta vez, os desfiles locais. A partir deste finde, não apenas modelos mas bookers, maquiadores, fotógrafos e editores estarão ligados na orla.
 

Os cariocas estão tão animados que vai ter até desfile no Porcão Rio's, o que parece bizarro, mas tem uma das melhores vistas do Aterro. A locação é de Claudia Simões, no desfile off com Marcelle Bittar, dia 15, inspirado no rústico e na natureza -mais coisas que as cariocas adoram. Enquanto isso, a Sta. Ephigênia, uma das mais instigantes marcas do Fashion Rio, desfila em homenagem ao "Made in Rio", lembrando a histórica Blu Blu (era tudo), de Marilia Valls. Ela vem de Paris com o artista plástico/mito Eduardo Sued (que completa 80 anos hoje!). E no Rio, você sabe, o look de ir à praia é tão ou mais importante do que a roupa de festa comprada na Daslu!
 

E quer saber minha opinião? Esse fortalecimento do estilo carioca vai respingar até mesmo na SP Fashion Week (a partir de 28 de junho), já que o savoir- faire carioca serve de norte para todo o estilo brasileiro -ao menos no verão. O "Made in Rio" decola. Viva a mulata-ta-ta.

Colaborou Sergio Amaral

MAIS INQUILINOS CARIOCAS NOS JARDINS
Aquela vila fofita do 1.801 da Peixoto Gomide, que abriga as lojas de Adriana Barra, Gokko e Francesca Giobbi, ganha neste mês dois inquilinos cariocas: Patrícia Viera e British Colony, de Maxime Perelmuter (que estréia na Redley). O novo momento de PV tem desdobramentos na coleção "Identidade", para o Fashion Rio: "Fui lááá no início de tudo e voltei aos anos 70, quando tudo começou", explica, com conhecimento de causa (sua irmã é a locomotiva Andréa Dellal). Já Maxime vai para a mesma casa da Gokko. Alguém falou em DNA carioca? Maxime é filho da lenda George Henri, fundamento do estilo "Made in Rio". E, com razão, tem muito orgulho disso.

Conversinha

KARLLA LEVA UM POUCO DE SP PARA O RIO

Karlla Girotto, ícone da modernidade paulistana, vai mostrar pela terceira vez sua coleção no Fashion Rio. Sai do jardim do MAM, onde fez história com suas belas modelos adormecidas, diz que está sentindo falta de "uma certa realidade" e desfila no Salão Ipanema. Ouvir Karlla é sempre bom: ela é inteligente, gosta de filosofar e de apontar novos caminhos. Então vamos a isso.
 

Folha - Como vai ser esse desfile? É uma continuação das últimas performances?
Karlla Girotto -
Sempre é uma seqüência. É um desdobramento daquilo que mostrei, está mais amadurecido, tem mais construção, estou achando lindo.
Folha - O desfile tem nome?
Girotto -
Chama "Fronteira". É sobre o limite das coisas, sabe? A gente está sempre buscando uma linha de equilíbrio para fazer as coisas com uma verdade maior para a gente mesmo. Essa linha, fronteiriça, somos nós que colocamos e é muito tênue.
Folha - Por ser na sala você imagina uma apresentação ou coleção mais comercial?
Girotto -
Eu acho que fica mais palatável por estar dentro de uma linguagem de moda.
Folha - E você sente falta de mostrar em São Paulo?
Girotto -
Parece que são dois países diferentes. O trânsito é pouco entre Rio e SP. Às vezes sinto falta, sim. Estou muito contente com o Rio, tem mais o meu jeito. Não que eu não goste de SP, amo também. Mas este é o momento agora.

10 LUGARES NO RIO DE JANEIRO

1 - Copa Café (av. Atlântica, 3.056, Copacabana) - O empresário Roberto Peres foi para cuidar do Fiorentina, no Leme (que também amo), e acabou virando o lugar hype da estação.

2 - Nova Capela (av. Mem de Sá, 96, Lapa) - É tudo para ir de madrugadão, boemia carioca em estado puro.

3 - Confeitaria Colombo (Forte de Copacabana, posto 13) - O forte é um dos lugares mágicos do Rio; a Colombo um clássico. Formou.

4 - São Conrado Fashion Mall (estrada da Gávea, 899, São Conrado) - O shopping mais bacana, o único que você pode chamar de seu.

5 - Garcia D'Ávila A Oscar Freire carioca. Pra mim, tem valor emocional: é o meu point de adolescente.

6 - Mix Brasserie & Bar (r. Barão da Torre, 368, Ipanema) - O Mario foi, o Valentino foi. Pra falar a verdade, eu nunca fui.

7 - Loja de Isabela Capeto (r. Dias Ferreira, 45, Leblon) - Ela acabou de abrir, fofita, fofita. Aproveite e jante cedo no Sushi Leblon, na esquina da Rainha Guilhermina, meu japonês do coração na cidade.

8 - Gero Rio (r. Aníbal de Mendonça, 157, Ipanema) - Meu restaurante favorito no Rio: une o melhor de dois mundos.

9 - Piscina do Copacabana Palace (av. Atlântica, 1.702, Copacabana) - Sem comentários. Tudo na vida, né?

10 - Baixo Leblon Você não é ninguém no Rio se não for alguém no Baixo.

Texto Anterior: "Clean": Câmera ganha vida em filme sobre pais e filhos
Próximo Texto: Sexualidade: Filme mostra luta para reconhecer união gay
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.