São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Comentário

Garotos celebram quem nasceu nos 90

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Mickey Gang é daquelas bandas traiçoeiras, que faz o ouvinte sentir o peso da idade. Transforma em ser jurássico uma pessoa nascida nos anos 70 -como este repórter. Em se tratando de pop para as pistas, isso é bom. É a nova geração tomando seu espaço devido.
Tome como exemplo o maior hit do grupo, a já "clássica" nos blogs "I Was Born in the 90's". Nela, reclamam que nasceram tarde demais e meio bobos. Fazem ainda referências aos amigos "velhos", que nasceram nos anos 80 (leia trecho abaixo)...
"Horses Can't Dance", faixa que deslumbrou o semanário inglês "NME", aborda os problemas da menstruação para um rapaz excitado -eles não tiram o sexo da cabeça.
O Mickey Gang é a mais recente promessa brasileira lá no exterior, a melhor banda dos últimos tempos da última semana, fazendo o CSS soar antigo. Mundo cruel.
Ainda que digam não fazer parte de nenhuma cena, é fácil inserir o Mickey Gang na turma atual que empunha guitarras e teclados para fazer um som dançante retrô, calcado no pop eletrônico dos anos 80 (ou seja, Rapture e Klaxons). Não soa como maldade imaginar que eles descobriram grupos como o Duran Duran ontem -devem ter descoberto mesmo; o fascínio por essa sonoridade é típico de quem ainda não está saturado do revival oitentista que já existe há mais de dez anos.
Para nós, velhos com mais de 30, basta deixar de lado aquela tendência besta de achar que mais idade é sinônimo de sabedoria. "Não tem nada de novo aí, fulano já fez isso antes", pensarão os "maduros". Sim, é verdade. Mas e daí? Originalidade não é o requisito número um para se fazer boa música pop.


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