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Comentário
Garotos celebram quem nasceu nos 90
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Mickey Gang é daquelas
bandas traiçoeiras, que faz o
ouvinte sentir o peso da idade.
Transforma em ser jurássico
uma pessoa nascida nos anos
70 -como este repórter. Em se
tratando de pop para as pistas,
isso é bom. É a nova geração tomando seu espaço devido.
Tome como exemplo o maior
hit do grupo, a já "clássica" nos
blogs "I Was Born in the 90's".
Nela, reclamam que nasceram
tarde demais e meio bobos. Fazem ainda referências aos amigos "velhos", que nasceram nos
anos 80 (leia trecho abaixo)...
"Horses Can't Dance", faixa
que deslumbrou o semanário
inglês "NME", aborda os problemas da menstruação para
um rapaz excitado -eles não tiram o sexo da cabeça.
O Mickey Gang é a mais recente promessa brasileira lá no
exterior, a melhor banda dos
últimos tempos da última semana, fazendo o CSS soar antigo. Mundo cruel.
Ainda que digam não fazer
parte de nenhuma cena, é fácil
inserir o Mickey Gang na turma
atual que empunha guitarras e
teclados para fazer um som
dançante retrô, calcado no pop
eletrônico dos anos 80 (ou seja,
Rapture e Klaxons). Não soa
como maldade imaginar que
eles descobriram grupos como
o Duran Duran ontem -devem
ter descoberto mesmo; o fascínio por essa sonoridade é típico
de quem ainda não está saturado do revival oitentista que já
existe há mais de dez anos.
Para nós, velhos com mais de
30, basta deixar de lado aquela
tendência besta de achar que
mais idade é sinônimo de sabedoria. "Não tem nada de novo
aí, fulano já fez isso antes", pensarão os "maduros". Sim, é verdade. Mas e daí? Originalidade
não é o requisito número um
para se fazer boa música pop.
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