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MUNDO DE BACO
Chile despeja novidades de suas adegas
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
O Chile tem se transformado, nos últimos anos, numa
espécie de cartola vínica da qual
as adegas do país não param de tirar novidades. Segunda passada,
apareceu outra, quando, no restaurante Fasano, em São Paulo,
Octavio Piva de Albuquerque,
presidente do Grupo Expand,
apresentou os Terrunyo, novos
vinhos da Concha y Toro que desembarcaram no Brasil trazidos
pela sua importadora.
Maior vinícola chilena, com cerca de 3.300 hectares de vinhedos
próprios e uma produção anual
de mais de 11 milhões de caixas de
vinho, a Concha y Toro tem se
destacado por ter linhas de boa
qualidade com preços acessíveis.
Em seu portfolio, militam tanto
os Sunrise, tintos e brancos simples, imbatíveis na faixa dos R$ 10,
quanto o Don Melchor, um rico
cabernet sauvignon, que exige
cerca de R$ 70.
Acima dos Sunrise, estão os Casillero del Diablo, varietais de ótima performance por cerca de R$
20, os belos Marqués de Casa
Concha, que custam pouco mais
de R$ 30, e, ainda com preços intermediários, os Explorer e os
Trío (um chardonnay, um cabernet e um belo merlot), criados para o mercado americano em meados da década de 90 pelo renomado enólogo Ignácio Recabarren.
Recabarren, em nova parceria
com a Concha y Toro, assina também os Terrunyo, um conjunto
de dois brancos (sauvignon blanc
e chardonnay, ambos do Vale de
Casablanca) e três tintos (pinot
noir, carmenére e cabernet sauvignon), posicionados no elenco
da casa bem próximo do topo.
Na ala dos brancos, o Terrunyo
sauvignon blanc tem todos os elementos que fazem os vinhos dessa variedade brilhar no Chile: um
aroma intenso bem marcado por
frutas tropicais, em que predomina o maracujá, e um paladar redondo, equilibrado, que tem na
fruta seu componente principal.
O chardonnay estréia ganhando
já um lugar entre os melhores chilenos da variedade. Ele é um vinho de aroma potente, que mescla maçã e abacaxi em calda e fortes pinceladas de madeira, num
estilo um tanto californiano.
No trio de tintos, o pinot noir
não lembra nem um pouco as características da variedade, mas é
um bom vinho, equilibrado e com
características exóticas (um inédito perfume da goiaba, por exemplo). O destaque do departamento fica com o carmenére (uma variedade em ascensão no Chile),
pela textura e seu sabor e aroma
de ameixas pretas, com forte toque defumado que lembra um
paulliac (comuna de Bordeaux,
no sudoeste da França), e o cabernet sauvignon, um vinho de paladar complexo (cassis, framboesa,
baunilha, torrefação, canela), redondo e persistente, capaz de fazer sombra ao Don Melchor.
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