São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2000

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MUNDO DE BACO
Chile despeja novidades de suas adegas

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

O Chile tem se transformado, nos últimos anos, numa espécie de cartola vínica da qual as adegas do país não param de tirar novidades. Segunda passada, apareceu outra, quando, no restaurante Fasano, em São Paulo, Octavio Piva de Albuquerque, presidente do Grupo Expand, apresentou os Terrunyo, novos vinhos da Concha y Toro que desembarcaram no Brasil trazidos pela sua importadora.
Maior vinícola chilena, com cerca de 3.300 hectares de vinhedos próprios e uma produção anual de mais de 11 milhões de caixas de vinho, a Concha y Toro tem se destacado por ter linhas de boa qualidade com preços acessíveis. Em seu portfolio, militam tanto os Sunrise, tintos e brancos simples, imbatíveis na faixa dos R$ 10, quanto o Don Melchor, um rico cabernet sauvignon, que exige cerca de R$ 70.
Acima dos Sunrise, estão os Casillero del Diablo, varietais de ótima performance por cerca de R$ 20, os belos Marqués de Casa Concha, que custam pouco mais de R$ 30, e, ainda com preços intermediários, os Explorer e os Trío (um chardonnay, um cabernet e um belo merlot), criados para o mercado americano em meados da década de 90 pelo renomado enólogo Ignácio Recabarren.
Recabarren, em nova parceria com a Concha y Toro, assina também os Terrunyo, um conjunto de dois brancos (sauvignon blanc e chardonnay, ambos do Vale de Casablanca) e três tintos (pinot noir, carmenére e cabernet sauvignon), posicionados no elenco da casa bem próximo do topo.
Na ala dos brancos, o Terrunyo sauvignon blanc tem todos os elementos que fazem os vinhos dessa variedade brilhar no Chile: um aroma intenso bem marcado por frutas tropicais, em que predomina o maracujá, e um paladar redondo, equilibrado, que tem na fruta seu componente principal.
O chardonnay estréia ganhando já um lugar entre os melhores chilenos da variedade. Ele é um vinho de aroma potente, que mescla maçã e abacaxi em calda e fortes pinceladas de madeira, num estilo um tanto californiano.
No trio de tintos, o pinot noir não lembra nem um pouco as características da variedade, mas é um bom vinho, equilibrado e com características exóticas (um inédito perfume da goiaba, por exemplo). O destaque do departamento fica com o carmenére (uma variedade em ascensão no Chile), pela textura e seu sabor e aroma de ameixas pretas, com forte toque defumado que lembra um paulliac (comuna de Bordeaux, no sudoeste da França), e o cabernet sauvignon, um vinho de paladar complexo (cassis, framboesa, baunilha, torrefação, canela), redondo e persistente, capaz de fazer sombra ao Don Melchor.


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