CRÍTICO DA FOLHA

Num tempo em que a tônica da noite da Vila Madalena era a dos pequenos bares para um público boêmio e ainda não tão juvenil, surgiu ali uma pizzaria. E consoante o perfil alternativo do bairro, foi uma pizzaria diferente em vários aspectos. A começar pelo aspecto: nada a lembrar as tradicionais cantinas italianas, mas tampouco algo de uma modernidade fria. Por seu tamanho, seus tijolos, seu calor de forno a lenha, a Oficina de Pizzas nasceu como uma novidade acolhedora, que logo se tornou moda no bairro.
Isso foi 16 anos atrás. Um ano depois nascia uma filial ali pertinho, repetindo o sucesso. E atropelando a profissão de seu proprietário, Vitor Lotufo, 60, um arquiteto que comanda as casas com a mulher (Martha Genta, também arquiteta) e que é também proprietário de um restaurante italiano nas redondezas, o Matterello. Mas foi na arquitetura que tudo começou, pois Lotufo, professor de estrutura na PUC de Campinas, ensinava a construção de cúpulas dos fornos de lenha de onde em seguida saíam atraentes pizzas.
Entre as originalidades trazidas pela Oficina de Pizzas, estavam o jeito original de servir a pizza, sobre pratos de madeira, e uma inclinação positiva pelos vinhos. Suas pizzas tradicionais não chegam a R$ 30 as mais caras (como a margherita especial, com mozarela de búfala -a comum custa R$ 23,10) e podem satisfazer duas pessoas, principalmente se precedidas de antepastos e arrematadas com uma sobremesa. Acima desta faixa, mas ainda com preços razoáveis, ficam as pizzas com ingredientes mais caros, como a de coração de alcachofra com queijo Tallegio, que está na faixa máxima de preços, R$ 36,30.