São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006

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"Spielberg me convenceu a viver 007"

O inglês Daniel Craig, o novo James Bond, diz à Folha que conversa com o cineasta foi fundamental para a decisão

Com mais de 20 filmes no currículo, ator afirma que Sean Connery é insuperável e que malhou para tornar personagem mais crível

Divulgação
Daniel Craig em "Cassino Royale", que recebeu críticas por ser "muito baixo, feio e loiro"

DA ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Sim, você conhece esse ator. Talvez não tão bem quanto Kate Moss ou Sienna Miller, duas de suas ex-namoradas, mas com certeza já viu esse rosto no cinema. O novo James Bond, Daniel Craig, 38, trabalha como ator há 14 e já fez mais de 20 filmes, entre eles "Estrada para Perdição" (ele era o filho de Paul Newman), "Sylvia" (em que vivia o poeta Ted Hughes), e "Munique". Leia a seguir a entrevista com o ator. (TR)  

FOLHA - Como você reagiu às críticas sobre sua escolha para o papel?
DANIEL CRAIG
- Estou acostumado a receber críticas, o que nunca aconteceu foi ser criticado antes de fazer o trabalho. Diziam que eu era muito baixo, muito feio e muito loiro e que não tinha estilo para viver o James Bond. Foi ruim, mas, agora que o filme está feito, podem dizer o que quiser. Inclusive que sou feio, baixo e loiro.

FOLHA - Ser o agente secreto com licença para matar era um sonho?
CRAIG
- De jeito nenhum. Estava feliz com minha carreira. Quando me ligaram perguntando se eu me interessaria em fazer testes para ser o novo Bond, disse que não. Mas aí li o roteiro e gostei muito.

FOLHA - É verdade que foi o Steven Spielberg quem o convenceu?
CRAIG
- Várias pessoas me disseram "não faça". Liguei para o Spielberg, que me dirigiu em "Munique" e é um grande fã de James Bond. Ele disse que, se o convite fosse para ele, diria sim.

FOLHA - Como você descobriu que tinha sido o escolhido?
CRAIG
- Eu estava no supermercado quando meu celular tocou, e era a Barbara Broccoli [produtora]. Ela disse: "É você, garoto". Larguei as compras, comprei uma garrafa de vodca, uma de vermute, preparei vários martinis e tomei um porre sozinho, em um quarto de hotel. Foi puro instinto, mas eu sabia que precisava de uma boa história para contar sobre isso.

FOLHA - E depois foi para a frente do espelho treinar o jeito de falar "Bond, James Bond"?
CRAIG
- Não. Não ensaiei nenhuma vez essa fala até o dia de gravar. Não queria mexer nisso, não queria criar nenhum vício ou mesmo rir da minha cara dizendo a frase, então só disse no dia de gravar.

FOLHA - O seu James Bond é com certeza o mais musculoso. Foi você quem quis assim ou foi uma exigência do diretor?
CRAIG
- Eu já fazia bastante ginástica, mas quis aumentar minha massa muscular para acreditar que eu seria capaz de fazer tudo que o personagem faz no filme.

FOLHA - E a sunga azul que você usa na cena da praia, era para mostrar o resultado de tanta ginástica?
CRAIG
- Fui eu quem escolhi aquela sunga. Jamais iria para a praia daquele jeito, mas experimentei vários calções. Então vi a sunga azul, vesti e achei que aquele era o modelo perfeito.

FOLHA - Qual é seu 007 preferido?
CRAIG
- Assisti a todos os 20 filmes para me preparar e posso dizer com toda certeza que o melhor Bond é o Sean Connery. Sei que não tem ninguém capaz de superar o charme de Sean...


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