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"Spielberg me convenceu a viver 007"
O inglês Daniel Craig, o novo James Bond, diz à Folha que conversa com o cineasta foi fundamental para a decisão
Com mais de 20 filmes no currículo, ator afirma que Sean Connery é insuperável e que malhou para tornar personagem mais crível
Divulgação
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Daniel Craig em "Cassino Royale", que recebeu críticas por ser "muito baixo, feio e loiro" |
DA ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
Sim, você conhece esse ator.
Talvez não tão bem quanto Kate Moss ou Sienna Miller, duas
de suas ex-namoradas, mas
com certeza já viu esse rosto no
cinema. O novo James Bond,
Daniel Craig, 38, trabalha como
ator há 14 e já fez mais de 20 filmes, entre eles "Estrada para
Perdição" (ele era o filho de
Paul Newman), "Sylvia" (em
que vivia o poeta Ted Hughes),
e "Munique". Leia a seguir a entrevista com o ator.
(TR)
FOLHA - Como você reagiu às críticas sobre sua escolha para o papel?
DANIEL CRAIG - Estou acostumado a receber críticas, o que nunca aconteceu foi ser criticado
antes de fazer o trabalho. Diziam que eu era muito baixo,
muito feio e muito loiro e que
não tinha estilo para viver o James Bond. Foi ruim, mas, agora
que o filme está feito, podem
dizer o que quiser. Inclusive
que sou feio, baixo e loiro.
FOLHA - Ser o agente secreto com
licença para matar era um sonho?
CRAIG - De jeito nenhum. Estava feliz com minha carreira.
Quando me ligaram perguntando se eu me interessaria em
fazer testes para ser o novo
Bond, disse que não. Mas aí li o
roteiro e gostei muito.
FOLHA - É verdade que foi o Steven
Spielberg quem o convenceu?
CRAIG - Várias pessoas me disseram "não faça". Liguei para o
Spielberg, que me dirigiu em
"Munique" e é um grande fã de
James Bond. Ele disse que, se o
convite fosse para ele, diria sim.
FOLHA - Como você descobriu que
tinha sido o escolhido?
CRAIG - Eu estava no supermercado quando meu celular
tocou, e era a Barbara Broccoli
[produtora]. Ela disse: "É você,
garoto". Larguei as compras,
comprei uma garrafa de vodca,
uma de vermute, preparei vários martinis e tomei um porre
sozinho, em um quarto de hotel. Foi puro instinto, mas eu
sabia que precisava de uma boa
história para contar sobre isso.
FOLHA - E depois foi para a frente
do espelho treinar o jeito de falar
"Bond, James Bond"?
CRAIG - Não. Não ensaiei nenhuma vez essa fala até o dia de
gravar. Não queria mexer nisso,
não queria criar nenhum vício
ou mesmo rir da minha cara dizendo a frase, então só disse no
dia de gravar.
FOLHA - O seu James Bond é com
certeza o mais musculoso. Foi você
quem quis assim ou foi uma exigência do diretor?
CRAIG - Eu já fazia bastante ginástica, mas quis aumentar minha massa muscular para acreditar que eu seria capaz de fazer
tudo que o personagem faz no
filme.
FOLHA - E a sunga azul que você
usa na cena da praia, era para mostrar o resultado de tanta ginástica?
CRAIG - Fui eu quem escolhi
aquela sunga. Jamais iria para a
praia daquele jeito, mas experimentei vários calções. Então vi
a sunga azul, vesti e achei que
aquele era o modelo perfeito.
FOLHA - Qual é seu 007 preferido?
CRAIG - Assisti a todos os 20 filmes para me preparar e posso
dizer com toda certeza que o
melhor Bond é o Sean Connery.
Sei que não tem ninguém capaz
de superar o charme de Sean...
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