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Grife carioca Farm conquista garotas com moda "comercial"
DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
A Farm, uma das grifes cariocas atualmente mais bem-sucedidas, não desfila no Fashion
Rio. O motivo é simples, explica
o empresário Marcelo Bastos,
41, um dos donos da grife: "A
Farm pode até influir no comportamento, mas é uma marca
comercial, e as semanas de moda são para quem cria conceitos
e lança tendências".
A franqueza do empresário
deve ser ressaltada. A palavra
"comercial" costuma ser uma
das mais estigmatizadas no
meio fashion -onde muita
gente adora posar de artista.
Bastos, não. Ele mostra uma
folha plastificada com o desenho de quatro jovens, perto das
quais está escrito: patricinha,
descolada, praiana e romântica.
Em torno das meninas, há uma
série de ícones e referências:
praia de Ipanema, tatuagem,
funk, botequim informal, Jorge
Ben, iPod...
O quadro define o perfil idealizado das consumidoras da
Farm e é a chave do tesouro da
grife, com seu estilo alegre, fácil
de usar, antenado e deliciosamente carioca -sem falar no
preço, muito razoável para a
clientela de classe média.
No Natal, a loja da Farm era
uma das mais agitadas no shopping Iguatemi, em São Paulo,
onde a grife é também uma das
que mais vendem por metro
quadrado. Recentemente, aliás,
ela foi convidada a trocar a pequena loja que ocupava por um
espaço maior no shopping, de
150 m2, antes da Zoomp.
A Farm também está mudando a sua fábrica de Copacabana para um galpão de 6.000
m2 no bairro São Cristóvão.
Tudo está ficando grande demais para a grife. A sua equipe
de criação, liderada por Katia
Barros, 37, sócia de Bastos e co-fundadora da Farm, hoje é
composta por 45 pessoas. As
coleções são gigantescas. A de
verão, por exemplo, tem 1.317
itens. Para cada uma, são criados cerca de 50 tipos de estampas. "As estampas são o forte da
Farm, tomamos um cuidado
absurdo", diz o empresário.
Bastos e Barros criaram a
Farm em 1997. Antes, ele atuava como representante de jornais argentinos no Brasil, e ela
era auditora contábil. Primeiro, os dois compraram uma
franquia da marca Mercearia.
O negócio faliu. Em um ano,
perderam três apartamentos.
Recomeçaram do zero, no
evento Babilonia Feira Hype.
Em 1999, abriram a primeira
loja da Farm, em Copacabana
-hoje são 15 no país. Parecem
muitas, mas ainda são poucas
para aplacar a febre Farm que
está tomando conta das garotas
brasileiras.
(ALN e VW)
com VIVIAN WHITEMAN
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