São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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Grife carioca Farm conquista garotas com moda "comercial"

DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A Farm, uma das grifes cariocas atualmente mais bem-sucedidas, não desfila no Fashion Rio. O motivo é simples, explica o empresário Marcelo Bastos, 41, um dos donos da grife: "A Farm pode até influir no comportamento, mas é uma marca comercial, e as semanas de moda são para quem cria conceitos e lança tendências".
A franqueza do empresário deve ser ressaltada. A palavra "comercial" costuma ser uma das mais estigmatizadas no meio fashion -onde muita gente adora posar de artista.
Bastos, não. Ele mostra uma folha plastificada com o desenho de quatro jovens, perto das quais está escrito: patricinha, descolada, praiana e romântica. Em torno das meninas, há uma série de ícones e referências: praia de Ipanema, tatuagem, funk, botequim informal, Jorge Ben, iPod...
O quadro define o perfil idealizado das consumidoras da Farm e é a chave do tesouro da grife, com seu estilo alegre, fácil de usar, antenado e deliciosamente carioca -sem falar no preço, muito razoável para a clientela de classe média.
No Natal, a loja da Farm era uma das mais agitadas no shopping Iguatemi, em São Paulo, onde a grife é também uma das que mais vendem por metro quadrado. Recentemente, aliás, ela foi convidada a trocar a pequena loja que ocupava por um espaço maior no shopping, de 150 m2, antes da Zoomp.
A Farm também está mudando a sua fábrica de Copacabana para um galpão de 6.000 m2 no bairro São Cristóvão.
Tudo está ficando grande demais para a grife. A sua equipe de criação, liderada por Katia Barros, 37, sócia de Bastos e co-fundadora da Farm, hoje é composta por 45 pessoas. As coleções são gigantescas. A de verão, por exemplo, tem 1.317 itens. Para cada uma, são criados cerca de 50 tipos de estampas. "As estampas são o forte da Farm, tomamos um cuidado absurdo", diz o empresário.
Bastos e Barros criaram a Farm em 1997. Antes, ele atuava como representante de jornais argentinos no Brasil, e ela era auditora contábil. Primeiro, os dois compraram uma franquia da marca Mercearia. O negócio faliu. Em um ano, perderam três apartamentos.
Recomeçaram do zero, no evento Babilonia Feira Hype. Em 1999, abriram a primeira loja da Farm, em Copacabana -hoje são 15 no país. Parecem muitas, mas ainda são poucas para aplacar a febre Farm que está tomando conta das garotas brasileiras. (ALN e VW)

com VIVIAN WHITEMAN


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