São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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CRÍTICA MUSICAL

"Burlesque" não ressuscitará as carreiras de Cher e Aguilera

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

"Burlesque" parece ter sido calculado para ressuscitar as carreiras de suas divas-protagonistas, Christina Aguilera e Cher.
Bolaram uma história que tem um tanto de "Nasce uma Estrela" (1937) e outro de "O Diabo Veste Prada" (2006), na qual Aguilera faz uma garçonete do interior que vai a Los Angeles em busca de uma nova vida e encontra seu lugar no cabaré comandado por Cher.
Pegaram um tema da moda e criaram números musicais para que Aguilera exibisse seus malabarismos vocais e Cher provasse que ainda dá conta do recado.
E escalaram como coadjuvantes os suspeitos de sempre: um escudeiro gay, uma rival sem caráter e dois bofes para disputar a cama e o coração de Aguilera.
Mas não será "Burlesque" que dará sobrevida às carreiras de Cher e Aguilera. O projeto foi sabotado por diálogos risíveis, atuações constrangedoras e clichês mal reciclados pelo diretor Steve Antin -astro juvenil de "Os Goonies" (1985).
No futuro, "Burlesque" poderá ser redescoberto com uma comédia involuntária, daquelas boas de tão ruins.
No momento, o filme funciona apenas como um tributo ao excesso americano: de botox, de brilho, de berros. Em uma palavra, de artifício.
Apesar do ritmo acelerado da trama, fica difícil não se dispersar com vulgares questões paralelas, do tipo "qual é a quantidade máxima de botox que pode ser aplicado em um único rosto?" ou "Aguilera está cada dia mais parecida com a Cindy Lauper dos anos 80".
Mas é preciso reconhecer que a apreciação do filme esbarra nas idiossincrasias do crítico: quem ama Nara Leão nunca vai entender a arte de Christina Aguilera.

BURLESQUE
DIREÇÃO Steve Antin
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Christina Aguilera, Cher e Alan Cumming
ONDE nos cines Iguatemi, Vila Olimpia Kinoplex, Espaço Unibanco Pompeia e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ruim



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