São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 2002

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CRÍTICA

Fórmula perde ousadia com maquiagem

"Marisol" peca por falta de frescor

ESTHER HAMBURGER
CRÍTICA DA FOLHA

O SBT estreou anteontem sua primeira novela alavancada por "Casa dos Artistas". Estrelada por Bárbara Paz e com Alexandre Frota no papel de vilão, "Marisol" é mais um folhetim do pacote adquirido da mexicana Televisa.
A trama do "reality show" se parece com a da novela. Afinal ambas compartilham um ar de Cinderela. Mas o conteúdo engana. A primeira edição de "Casa" causou impacto porque transmitia um frescor de espontaneidade. A maquiagem pesada de Bárbara sugere que a novela se alimenta do inverso.
O primeiro capítulo expôs toda a trama e revelou os segredos que devem alimentar o enredo, deixando claro que não há lugar para imprevistos.
A cicatriz de Bárbara simboliza o engano. Em "Casa" a marca na face ajudou a compor sua personagem. Órfã, batalhadora e sincera, conquistou a atenção de um príncipe encantado e do público, que a sagrou vencedora. Marisol toma a marca como símbolo de limitação. Mesmo estando na mesma região que a da atriz, é falsa. É curiosa a opção pela caricatura de algo que todos sabem estar ali. Deve visar a facilitar a caracterização, já que, mais à frente, uma operação vai libertá-la da cicatriz.
Traindo o espírito de "Casa 1", a segunda versão explicitou a manipulação e a fragilidade das participações. Na mesma linha, "Marisol" desperdiça a chance de mostrar que o SBT está disposto à ousadia necessária a romper padrões.


Marisol  
Quando: às 20h45, no SBT




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