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CRÍTICA
Fórmula perde ousadia com maquiagem
"Marisol" peca por falta de frescor
ESTHER HAMBURGER
CRÍTICA DA FOLHA
O SBT estreou anteontem
sua primeira novela alavancada por "Casa dos Artistas". Estrelada por Bárbara Paz
e com Alexandre Frota no papel de vilão, "Marisol" é mais
um folhetim do pacote adquirido da mexicana Televisa.
A trama do "reality show" se
parece com a da novela. Afinal
ambas compartilham um ar de
Cinderela. Mas o conteúdo engana. A primeira edição de
"Casa" causou impacto porque
transmitia um frescor de espontaneidade. A maquiagem
pesada de Bárbara sugere que a
novela se alimenta do inverso.
O primeiro capítulo expôs toda a trama e revelou os segredos que devem alimentar o enredo, deixando claro que
não há lugar para imprevistos.
A cicatriz de Bárbara simboliza o engano. Em "Casa" a marca na face ajudou a compor sua
personagem. Órfã, batalhadora
e sincera, conquistou a atenção
de um príncipe encantado e do
público, que a sagrou vencedora. Marisol toma a marca como
símbolo de limitação. Mesmo
estando na mesma região que a
da atriz, é falsa. É curiosa a opção pela caricatura de algo que
todos sabem estar ali. Deve visar a facilitar a caracterização,
já que, mais à frente, uma operação vai libertá-la da cicatriz.
Traindo o espírito de "Casa
1", a segunda versão explicitou
a manipulação e a fragilidade
das participações. Na mesma
linha, "Marisol" desperdiça a
chance de mostrar que o SBT
está disposto à ousadia necessária a romper padrões.
Marisol
Quando: às 20h45, no SBT
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