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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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CINEMA

Comédias assumem a liderança das bilheterias dos EUA durante conflito

Guerra tira os americanos das salas de exibição

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Os americanos colaram os olhos na TV para acompanhar a guerra, e a bilheteria do cinema nos EUA desabou. A arrecadação total dos últimos quatro finais de semana, US$ 406 milhões, é 21% menor que a do mesmo período do ano passado -e, com o aumento do preço dos ingressos, estima-se uma queda ligeiramente superior no total de espectadores.
Até a semana anterior à do início do conflito no Iraque, a tendência era inversa, ainda que por uma pequena margem: a bilheteria deste ano vinha superando sua antecessora em 2%.
Os dois piores finais de semana do ano para o cinema americano, os únicos em que a arrecadação não alcançou os US$ 100 milhões, ocorreram durante o conflito. Mesmo para quem encabeçou a lista dos filmes mais vistos a situação não foi muito boa.
A comédia "Head of State", por exemplo, faturou US$ 13,5 milhões no penúltimo final de semana. No período equivalente do ano passado, "Blade 2, o Caçador de Vampiros" fazia mais que o dobro, US$ 32,5 milhões.
As comédias, aliás, são as que mais tem se sobressaído no ano da guerra. Dos dez filmes de maior arrecadação até aqui, seis são do gênero, o dobro das três comédias de "sucesso" até esse ponto do ano passado.
A partir da escalada militar, as comédias lideraram três dos quatro finais de semana -só não o fizeram no último, quando o primeiro lugar coube ao suspense "Por um Fio" ("Phone Booth"), de Joel Schumacher.
Produtores temem que o tombo na bilheteria se espalhe pelo mundo, mas neste caso por causa das estrelas de cinema, mais reticentes em viajar para promover seus filmes, situação agravada pelo pânico espalhado pela Sars (síndrome respiratória aguda grave).
Para a indústria, a inversão financeira vista agora é até certo ponto surpreendente, já que nem sempre a guerra afugentou os espectadores. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, por exemplo, o cinema funcionou como ferramenta de escapismo coletivo e viu sua arrecadação subir.
Desta vez, ao lado do conflito, executivos da indústria americana culpam o calendário de lançamentos programado, sem nenhum grande destaque, pela queda na bilheteria. Por esse ponto de vista, há chances de o cinema americano iniciar sua reação neste final de semana -a indústria avalia que a estréia da comédia "Anger Management", com Jack Nicholson, vai rechear o caixa. E aposta na abertura da temporada de verão em três semanas.


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