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Peça expõe monotonia da Inglaterra do pós-Guerra
Com estreia hoje, "Olhe para Trás com Raiva" tem direção de Ulysses Cruz
Espetáculo é adaptado de "Look Back in Anger", do roteirista, dramaturgo e ator inglês John Osborne
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pelas artérias da peça
"Olhe para Trás com Raiva"-que estreia hoje no teatro Vivo com direção de Ulysses Cruz- corre o sangue da
personalidade de seu autor,
o escritor e ator britânico
John Osbourne (1929-1994).
Não só porque a peça, que
estreou em 1956, condensa o
espírito violento de quem a
criou. Mas também porque
seus diálogos firmam construções num terreno que se
aproxima da escrita autobiográfica.
A revolta do personagem
central, Jimmy Porter (Sérgio
Abreu), é reflexo puro da inquietação que acometia Osbourne na Inglaterra do pós-Guerra, domesticada pela
monotonia da classe média.
A raiva que o personagem
dirige a sua mulher (Karen
Coelho) é similar à que Osbourne manifestou contra familiares seus, especialmente
contra as mulheres.
Tudo se passa em um
quarto, onde outros dois personagens (Maria Manoella e
Thiago Mendonça) ora aplacam ora alimentam o clima
de hostilidade, que Ulysses
Cruz compara à de um Hamlet contemporâneo.
Realista nas raízes, a peça
encontra o contraponto expressionista da direção, especialmente no cenário em
ruínas, mas também na luz
que vaza entre os escombros.
OLHE PARA TRÁS COM
RAIVA
QUANDO sex., às 21h30; sáb., às
21h; dom., às 19h
ONDE Teatro Vivo (av. Dr. Chucri
Zaidan, 860, tel. 0/xx/11/2626-0867)
QUANTO R$ 40 a R$ 50
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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