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cinema
CRÍTICA AÇÃO
Adaptação faz patriotada constrangedora
Filme recupera personagens de série de TV dos anos 1980 com perseguições abobalhadas e piadas infames
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
John Wayne ficaria orgulhoso de "Esquadrão Classe
A": aí está um filme que celebra a saudosa América de antigamente, uma terra pura,
incorruptível e governada
por homens de verdade, como Reagan, não por ambientalistas fracotes e sensíveis.
"Esquadrão Classe A" é
para a comédia o que "Rambo" foi para a ação: uma patriotada constrangedora.
Inspirado em série dos
anos 80 (leia mais ao lado) e
dirigido por Joe Carnahan
("Narc"), conta a história de
soldados das Forças Especiais que, injustamente acusados de um crime, tornam-se mercenários e tentam limpar seus nomes.
Liderados pelo coronel
Hannibal Smith (Liam Neeson imitando John Wayne),
um machão que mastiga charutos e cospe frases de efeito
como "nossa honra é mais
forte do que tudo", o grupo
entra em choque contra a
CIA, mostrada como um covil
de traidores da pátria.
O rol de inimigos inclui
também terroristas árabes e
traficantes mexicanos.
As cenas de ação são genéricas e exageradas: há tantas
explosões, tiroteios e destruição que, na metade do filme,
o espectador está completamente anestesiado.
Em uma sequência particularmente infeliz, os quatro
heróis saltam de um avião escondidos dentro de um tanque de guerra.
O humor segue a linha
"Três Patetas", com perseguições abobalhadas, piadas
infames e brigas em que adversários são arremessados a
dez metros de distância. Só
que, ao contrário de Larry,
Moe e Curly, os patetas do filme parecem se levar a sério.
Para quem acha que filmes
de guerra não rendem bom
material cômico, vale lembrar outra comédia sobre
mercenários: "Bastardos Inglórios". Mas Joe Carnahan,
como sabemos, não é nenhum Quentin Tarantino.
ESQUADRÃO CLASSE A
DIREÇÃO Joe Carnahan
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Bradley Cooper, Liam
Neeson e Jessica Biel
ONDE Bristol, Eldorado e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO ruim
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