São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2010

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CRÍTICA COMÉDIA

Cineasta cria retrato místico do Iraque

"Antes da Lua Cheia" mistura humor com melancolia ao abordar o país no período pós-Saddam Hussein

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

Sempre que uma cinematografia se destaca no cenário mundial, ela é tomada por parte da crítica e do público como um todo indivisível. O cinema iraniano costuma ser venerado ou rejeitado no atacado, como um pacote único.
"Antes da Lua Cheia", de Bahman Ghobadi ("Tempo de Embebedar Cavalos"), chega ao circuito comercial brasileiro com quatro anos de atraso para nos lembrar que cada diretor, cada trabalho tem um caráter próprio.
Com personagens extravagantes, a mistura de humor e melancolia e o apego à música local, Ghobadi remete antes à obra do sérvio Emir Kusturica do que à de Abbas Kiarostami e Jafar Panahi. Com a queda de Saddam Hussein, o músico curdo Mamo é autorizado a fazer um show no Iraque após 35 anos de proibição. Ele viaja com os filhos e desafia as autoridades iraquianas e a profecia de que algo terrível aconteceria antes da lua cheia.
Alternando-se com elegância entre o realista e o onírico, Ghobadi desvela aos poucos uma esperança que se transforma em um novo tipo de pesadelo -algo parecido ao que ocorreu com o Iraque pós-Saddam.


ANTES DA LUA CHEIA

DIREÇÃO Bahman Ghobadi
PRODUÇÃO Irã/Iraque/Áustria/ França, 2006
COM Golshifteh Farahani, Ismail Ghaffari
ONDE Frei Caneca Unibanco Arteplex
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom




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