São Paulo, sábado, 11 de junho de 2011

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CRÔNICA INÉDITA

Terraço

"Foi Roberto Burle Marx quem desenhou o jardim do meu terraço, e tudo o que ele "receitou" pegou bem, e aguenta o sol e os ventos de sudoeste e a lestada cheia de sal do mar (...). Uma parte do jardim virou pomar, e Zanine fez a meu pedido a horta, porque eu sempre quis ter uma horta nos fundos e plantou pitangueiras e pés de romã, que são lindos, têm flores bonitas e frutos adstringentes que fazem bem à boca da gente pela manhã, e duas goiabeiras, uma vermelha e outra branca, nenhuma delas aqui dá bicho, apesar de que há muitas pragas em meu terraço (...)
A obra prima do Zanine foi uma mangueirinha carlota, enxertada, que dá uma fruta deliciosa, e boa sombra (...)
Plantei um cafeeiro, mas o ar do mar queimou muito (...)
A verdade é que o jardim reflete um pouco a gente, o meu é desarrumado como eu.
Sou um homem quieto, o que eu gosto é ficar num banco sentado, entre moitas, calado, anoitecendo devagar, meio triste, lembrando umas coisas, umas coisas que nem valia a pena lembrar."


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