São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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ARTES PLÁSTICAS

Artista inaugura exposição no MAM-RJ

Sem cômodos, a "Casa" de José Bechara desaloja memórias do lar

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

"A Casa" que José Bechara, 47, abre a partir de hoje, no Museu de Arte Moderna do Rio, não tem cômodos, mas incômodos. Cadeiras, mesas, colchões entopem os vãos da casa, como se estivessem saindo dela, e impedem os que estão fora de vê-la. "Os móveis são expulsos ou se vão. E assim o que se vai é a memória inscrita neles. O homem fica desalojado de uma de suas condições. O resultado é um tipo de perturbação", diz o artista.
Como o público não tem acesso ao interior da casa e a máxima interação possível é tocar nos móveis, a obra não atende aos requisitos para ser chamada de instalação. Mas Bechara diz que tem "caráter quase instalativo" o que chama de "experiência escultórica".
Ela traz para o plano tridimensional algo que o artista já explorava bastante em suas pinturas: os trabalhos em grande escala. "A Casa" tem 3,30 m de altura, 15 m de comprimento e 12 m de largura. É formada por dois grandes cubos de madeira, que não correspondem às imagens habituais de uma casa. "Abandonei telhadinhos, portas, todo o anedotário de uma casa. Acho que é a purificação do projeto inicial."
"A Casa" será exibida em Vitória e Salvador, quando poderá ter sua estrutura alterada. As mudanças estarão no livro "A Casa", acompanhadas de textos dos críticos Agnaldo Farias, Luiz Camillo Osorio e Paulo Sérgio Duarte.


A CASA. Onde: MAM-RJ (av. Infante Dom Henrique 85, 0/xx/21/2240-4944). Quando: de hoje a 30/10; de ter. a sex., das 12h às 18h; sáb. e dom., das 12h às 19h). Quanto: R$ 5.


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