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ARTES PLÁSTICAS
Artista inaugura exposição no MAM-RJ
Sem cômodos, a "Casa" de José Bechara desaloja memórias do lar
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
"A Casa" que José Bechara, 47,
abre a partir de hoje, no Museu de
Arte Moderna do Rio, não tem
cômodos, mas incômodos. Cadeiras, mesas, colchões entopem
os vãos da casa, como se estivessem saindo dela, e impedem os
que estão fora de vê-la. "Os móveis são expulsos ou se vão. E assim o que se vai é a memória inscrita neles. O homem fica desalojado de uma de suas condições. O
resultado é um tipo de perturbação", diz o artista.
Como o público não tem acesso
ao interior da casa e a máxima interação possível é tocar nos móveis, a obra não atende aos requisitos para ser chamada de instalação. Mas Bechara diz que tem "caráter quase instalativo" o que chama de "experiência escultórica".
Ela traz para o plano tridimensional algo que o artista já explorava bastante em suas pinturas: os
trabalhos em grande escala. "A
Casa" tem 3,30 m de altura, 15 m
de comprimento e 12 m de largura. É formada por dois grandes
cubos de madeira, que não correspondem às imagens habituais
de uma casa. "Abandonei telhadinhos, portas, todo o anedotário
de uma casa. Acho que é a purificação do projeto inicial."
"A Casa" será exibida em Vitória e Salvador, quando poderá ter
sua estrutura alterada. As mudanças estarão no livro "A Casa",
acompanhadas de textos dos críticos Agnaldo Farias, Luiz Camillo Osorio e Paulo Sérgio Duarte.
A CASA. Onde: MAM-RJ (av. Infante Dom
Henrique 85, 0/xx/21/2240-4944).
Quando: de hoje a 30/10; de ter. a sex.,
das 12h às 18h; sáb. e dom., das 12h às
19h). Quanto: R$ 5.
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