São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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ANÁLISE

Crimes de Charles Manson foram lado B

MARCO CHIARETTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

WOODSTOCK MARCA o nascimento para o mercado da contracultura norte-americana, sua explosão na mídia. Mas as manchetes não tratavam só de música. Poucos dias antes do festival, entre 9 e 10 de agosto de 1969, um grupo de seguidores de um guru maluco chamado Charles Manson assassinava Sharon Tate e mais seis pessoas, naquilo que a crônica policial da época chamou de os massacres Tate-LaBianca.
Manson era -e é, está vivo, encarcerado- um psicopata de carteirinha, dotado de um carisma enorme, que há meses reunia em torno de sua pregação antissistema um grupo de jovens desajustados de várias partes dos EUA. Sua "doutrina" misturava rock, sexo, drogas e um discurso virulento contra os ricos, os judeus, os bancos, os negros e o "american way-of-life". Era adorado pelos seus discípulos, que o consideravam uma encarnação de Cristo.
Na noite do dia 9 de agosto de 1969, um grupo desses "Filhos de Manson" saiu de casa e se dirigiu a um dos bairros chiques de Los Angeles. Escolheram uma mansão e entraram no meio de um jantar. A atriz Sharon Tate, a queridinha da América, uma lindíssima mulher de 26 anos, casada com Roman Polanski (que não estava) era a anfitriã de um grupo de amigos. Morreram todos, assassinados a pauladas, facadas e tiros. Tate, grávida de oito meses, implorou pela vida de seu bebê. Levou dezenas de facadas.
Na noite seguinte, mais uma saída e mais um ataque a outra casa, onde vivia o casal LaBianca. Mesmo ritual, mais mortes.
A polícia descobriu os assassinos porque uma das integrantes, Linda Kasabian, denunciou os comparsas. Manson, que não estava presente nos assassinatos, mas que era o indiscutível mentor de todo o grupo e seus crimes, foi acusado e condenado, junto com mais quatro integrantes do grupo.
Manson pertencia ao mesmo ambiente de crítica radical ao status quo que alimentava Woodstock. Era seu lado B.


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