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ANÁLISE
Crimes de Charles Manson foram lado B
MARCO CHIARETTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
WOODSTOCK MARCA
o nascimento para o
mercado da contracultura norte-americana, sua
explosão na mídia. Mas as manchetes não tratavam só de música. Poucos dias antes do festival, entre 9 e 10 de agosto de
1969, um grupo de seguidores
de um guru maluco chamado
Charles Manson assassinava
Sharon Tate e mais seis pessoas, naquilo que a crônica policial da época chamou de os
massacres Tate-LaBianca.
Manson era -e é, está vivo,
encarcerado- um psicopata de
carteirinha, dotado de um carisma enorme, que há meses
reunia em torno de sua pregação antissistema um grupo de
jovens desajustados de várias
partes dos EUA. Sua "doutrina"
misturava rock, sexo, drogas e
um discurso virulento contra
os ricos, os judeus, os bancos, os
negros e o "american way-of-life". Era adorado pelos seus discípulos, que o consideravam
uma encarnação de Cristo.
Na noite do dia 9 de agosto de
1969, um grupo desses "Filhos
de Manson" saiu de casa e se dirigiu a um dos bairros chiques
de Los Angeles. Escolheram
uma mansão e entraram no
meio de um jantar. A atriz Sharon Tate, a queridinha da América, uma lindíssima mulher de
26 anos, casada com Roman
Polanski (que não estava) era a
anfitriã de um grupo de amigos.
Morreram todos, assassinados
a pauladas, facadas e tiros. Tate,
grávida de oito meses, implorou pela vida de seu bebê. Levou dezenas de facadas.
Na noite seguinte, mais uma
saída e mais um ataque a outra
casa, onde vivia o casal LaBianca. Mesmo ritual, mais mortes.
A polícia descobriu os assassinos porque uma das integrantes, Linda Kasabian, denunciou
os comparsas. Manson, que não
estava presente nos assassinatos, mas que era o indiscutível
mentor de todo o grupo e seus
crimes, foi acusado e condenado, junto com mais quatro integrantes do grupo.
Manson pertencia ao mesmo
ambiente de crítica radical ao
status quo que alimentava
Woodstock. Era seu lado B.
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