Nome aclamado do jazz, músico faz três shows solo amanhã e domingo já estão esgotados

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é todo dia que um astro de primeira grandeza da música toca em São Paulo com ingresso a preço de cinema. Três recitais solo do jazzista norte-americano Brad Mehldau, 39, com entradas a R$ 12, abrem nesta semana, no Sesc Santana, o projeto Piano Forte. Até o final do mês, o teatro recebe o mineiro Irio Jr. (dia 19), o dinamarquês Jakob Anderskov (20) e os paulistas do Piano Duo (26).
Um dos mais aclamados pianistas de jazz de sua geração, Mehldau esteve aqui pela última vez em 2006, com seu trio. Não foram poucos os decepcionados dentre os que se dirigiram ao Auditório Ibirapuera naquela ocasião -em um domingo aborrecido, o precário piano do teatro demonstrou problemas mecânicos que arruinaram completamente a apresentação.
Desta vez, ele se apresenta sozinho, em um repertório típico, no qual o pianista relê, com sua habitual chave lírica e criativa, "standards" do pop, como "Exit Music (for a Film)", do Radiohead; "Mother Nature's Son", do "Álbum Branco" dos Beatles; e "Tearsdrop", da banda grunge Alice in Chains, entre outras.
"Eu toco qualquer música que me inspire -às vezes, as canções são mais velhas; às vezes, são mais novas", afirma o pianista Mehldau, com simplicidade, sobre suas escolhas de repertório.
Dizendo-se influenciado pelas melodias e harmonias da música brasileira, Mehldau, há três anos, elogiou à Folha a cantora Simone, que, à época, chegou a comparar a Sarah Vaughan e Dinah Washington.
Dessa vez, os cumprimentos vão para o violonista e compositor Chico Pinheiro, do qual o pianista se declara um "grande fã". "Gravamos um disco com minha mulher, Fleurine, que é cantora. Chico é incrível", elogia Mehldau.