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CINEMA ESTRÉIAS
Sharon Stone vira mãe em "Sempre Amigos'
Kieran Culkin (de óculos) e Elden Henson nos papéis principais de "Sempre Amigos", de Peter Chelsom
CLAUDIO CASTILHO
de Los Angeles
Se na vida real Sharon Stone garante ainda não estar carregando
no ventre seu primeiro filho, na
grande tela a atriz que se transformou na "femme fatale" do começo
dos anos 90 ao fazer "Instinto Assassino" experimenta seu lado materno em "Sempre
Amigos", que estréia hoje.
Dirigido pelo inglês Peter
Chelsom, o filme conta a história de dois garotos que embarcam numa fascinante
amizade. Kevin, filho de Sharon Stone no filme, interpretado pelo jovem ator Kieran
Culkin, possui cérebro de gênio e físico atrofiado.
Max (Elden Henson) é um
adolescente grandalhão e de
Q.I. baixo, vítima das zombarias dos colegas da escola.
"Fazer este filme foi uma verdadeira tormenta em minha vida.
Senti a dor de perder um filho que
nunca tive", desabafou, com lágrimas nos olhos, a atriz, durante recente entrevista à Folha no hotel
Four Seasons, de Beverly Hills.
Hoje, aos 40 anos de idade, Sharon Stone vive uma nova fase de
sua carreira. Diz-se livre do labirinto sem saída que Hollywood lhe
impôs, com filmes de fácil esquecimento.
Stone, entretanto, não busca o
caminho mais fácil culpando
Hollywood por seu desencanto
com os rumos de sua carreira.
Pelo contrário, reconhece que, se
alguém errou, esse alguém se chama Sharon Stone. Ela admite que
foi esse o preço a pagar em troca do
estrelato meteórico.
Folha - Há poucos anos seria difícil acreditar que você estaria fazendo o papel de mãe no cinema.
Sharon Stone - Sempre sonhei
poder fazer personagens diferentes de todos os que eu já interpretei. A oportunidade de ser mãe
nesse filme foi uma experiência
magnífica e difícil. Foi uma tormenta em minha vida, mexeu com
uma série de emoções que nem eu
mesma sabia que existiam.
Folha - O que lhe chamou a atenção no roteiro?
Stone - Andava pensando muito
em coisas que para mim tinham
valor. Esse filme mostra que o importante é viver qualitativamente,
não importa por quanto tempo.
Folha - Por que resolveu se
distanciar de Holllywood?
Stone - Eu saí machucada
de minha relação com
Hollywood. Nunca fui entendida por muita gente que
comanda as peças do jogo
dessa indústria. Amo a arte
de fazer cinema, mas abomino a política que gira em torno dela. O problema é que fiquei famosa demais em pouco tempo. Passei a me sentir
confortável somente quando estava no set, filmando.
Folha - Esse comportamento não
teria ocorrido em função de um
possível medo de perder tudo o
que você havia conquistado?
Stone - Também, mas o que mais
me apavorou foi o risco de nunca
mais poder curtir as coisas que
realmente aprecio e dou valor na
vida em troca da fama.
O que me salvou foi o apoio que
recebi de minha família e dos poucos e bons amigos que tenho.
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