São Paulo, sexta, 11 de dezembro de 1998

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"Cocanha - A História de Um País Imaginário" , Hilário Franco Júnior (ed. Companhia das Letras)

da Redação

Quem gosta do assunto não pode deixar de ler um livro com esse título, cheio de ligações com a comida. Cocanha, país imaginário, utopia que nasce no imaginário contra os limites e proibições de uma sociedade real.
Terra de lazer, de juventude eterna, liberdade, onde os pratos não são feitos pelos homens, não exigem trabalho, a natureza já os oferece prontos, descascados, amassados, temperados, saídos da boca das fontes, caídos do céu. Mesas espalhadas por toda parte, tudo comum a toda a gente, o dinheiro uma inutilidade.
Riachos de vinho, chuvas de pudim, um festim permanente de porcos, gansos, cervos, arenques, salmões.
A bibliografia é ótima, o estilo fluente e a pergunta que poderíamos fazer a nós próprios: "Qual seria a Cocanha dos tempos de hoje? O que correria das torneiras douradas? Que forma teria nossa utopia? Choveriam pudins ou pílulas emagrecedoras? Pudins emagrecedores, com certeza. E bem doces. Os supermercados venderiam, não, dariam comida de alma para microondas. E assim por diante.
(NH)


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