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"Cocanha - A História de Um País Imaginário" , Hilário Franco Júnior (ed. Companhia das Letras)
da Redação
Quem gosta do assunto não pode
deixar de ler um livro com esse título, cheio de ligações com a comida. Cocanha, país imaginário, utopia que nasce no imaginário contra os limites e proibições de uma
sociedade real.
Terra de lazer, de juventude eterna, liberdade, onde os pratos não
são feitos pelos homens, não exigem trabalho, a natureza já os oferece prontos, descascados, amassados, temperados, saídos da boca
das fontes, caídos do céu. Mesas
espalhadas por toda parte, tudo
comum a toda a gente, o dinheiro
uma inutilidade.
Riachos de vinho, chuvas de pudim, um festim permanente de
porcos, gansos, cervos, arenques,
salmões.
A bibliografia é ótima, o estilo
fluente e a pergunta que poderíamos fazer a nós próprios: "Qual seria a Cocanha dos tempos de hoje?
O que correria das torneiras douradas? Que forma teria nossa utopia? Choveriam pudins ou pílulas
emagrecedoras? Pudins emagrecedores, com certeza. E bem doces.
Os supermercados venderiam,
não, dariam comida de alma para
microondas. E assim por diante.
(NH)
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