São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

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Crítica

Greengrass filma perplexidade do mundo de hoje

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "Vôo United 93", Paul Greengrass faz um registro objetivo, quase documental, de um acontecimento dramático (o seqüestro do avião da United no 11 de Setembro, aquele que, supostamente graças aos passageiros, caiu antes de atingir o alvo). Em vez de heróis, vemos seres lançados num evento impossível de discernimento.
O anterior "A Supremacia Bourne" (Telecine Action, 20h) não é diferente. Indo à frente de um gênero que costuma exigir certas regras, as do thriller de espionagem, o filme nos mostra o ex-agente secreto Bourne (Matt Damon) fugindo de uma conspiração que nem ele entende ao certo. Falta de chão esta, traduzida numa fantástica câmera trepidante e numa montagem estilhaçada.
Paul Greengrass é um cineasta que traduz na tela o seu momento histórico. Que é o de um mundo coalhado de tantas imagens que elas acabam perdendo seu significado. Um mundo que nos iguala a Bourne e aos passageiros do vôo 93, todos nós perplexos diante do fluxo dos acontecimentos.


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