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São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 2003

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MÚSICA

Construção de um novo auditório começa no parque Ibirapuera e deve estar pronta em 25 de janeiro de 2004

Projeto de Niemeyer sai do papel este mês

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Custou, mas saiu: 49 anos depois de riscado no projeto inicial do arquiteto Oscar Niemeyer, 94, o auditório de música do Ibirapuera finalmente vai ganhar forma quando começarem as obras de construção do espaço, no próximo dia 24 fevereiro.
O anúncio foi feito anteontem pelo presidente da Telecom Itália América Latina, Giorgio della Seta, que diz que a companhia vai investir, somente neste ano, R$ 25 milhões em projetos de fomento, divulgação e incentivo à música em todo o país.
Sob a supervisão de Niemeyer e em parceria com a Prefeitura de São Paulo, a empresa pretende investir metade desse orçamento na concretização do Auditório de Música do Parque do Ibirapuera, com previsão de entrega para o próximo aniversário da cidade, no dia 25 de janeiro de 2004.
"Queremos que o auditório seja um motivo de orgulho para São Paulo, como é, para o Rio, o Cogumelo [Museu de Arte Contemporânea de Niterói, também projetado por Niemeyer]", afirmou Seta, referindo-se ao projeto do auditório que, além de seu formato triangular, chama a atenção pela versatilidade. São praticamente dois espaços utilizáveis: o interno, com 20 mil m2, capacidade para 950 pessoas e destinado a apresentações mais intimistas, como concertos e shows de jazz; e o externo, que, por meio de uma fenda na parte posterior do palco, permitiria a realização de eventos voltados para a área aberta do parque.

Quatro frentes
O investimento da companhia telefônica -ainda excluído de qualquer lei de incentivo à cultura- não se restringe, contudo, à realização da obra no Ibirapuera. Parte do projeto TIM Música Sem Fronteiras, a idéia é investir em outras três frentes: a realização de oficinas de música nas periferias de São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Recife e Rio Branco; e o resgate de dois tradicionais eventos ligados à área no país, o Prêmio Sharp e o extinto Free Jazz.
"Não queremos inventar uma nova fórmula. Nosso objetivo é recolocar o Brasil no calendário da música mundial, ao lado de festivais como o de Montreaux, no Canadá, e o de New Orleans, nos EUA", disse o publicitário Mario Cohen, encarregado da comunicação da empresa italiana no Brasil.
Já aprovado pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque, o projeto de oficinas musicais Pequenos Embaixadores da Paz abrangerá inicialmente cinco Estados, Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Pernambuco e Acre.
Em São Paulo, a idéia é atender 5.000 crianças de áreas carentes com aulas de iniciação musical e, dois meses depois de iniciado o projeto, selecionar cem alunos para o aprofundamento das oficinas, práticas e teóricas.
Em outubro de 2003 haveria uma apresentação com a big band Savana.
Iniciativa semelhante já vem sendo colocada em prática em Minas Gerais há pelo menos um ano pela mesma TIM Maxitel (operadora local de telefonia). Batizado de Arte e Educação, o projeto continua nos planos da empresa e não deve sofrer alterações em função do Pequenos Embaixadores da Paz.


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