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Paisagem ocre domina mostra de Luzzati
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A paisagem, seja ela em vagarosa mudança, como a vista nas
imediações do porto de Vitória,
ou em alta velocidade, como a
que surge pela janela de um
trem, é um dos temas principais da obra da paulistana Mariannita Luzzati, 45, que ganha
exposição na galeria Baró Cruz.
Luzzati, artista que surgiu no
final dos anos 80 e que hoje divide suas atividades entre São
Paulo e Londres, exibe sete pinturas, seis monotipias (um tipo
de gravura) e um vídeo em sua
mostra na galeria paulistana.
"Fiz essa série nos últimos
três anos. Tive a ideia para criá-la quando fiquei observando o
movimento dos navios no porto de Vitória. Fica uma fila
imensa de embarcações no horizonte, das formas mais diversas, esperando a autorização
para descarga e com um movimento muito próprio, bem lento", conta a artista, que fez
"Ocupações", uma de suas
principais mostras, no Museu
Vale, em Vila Velha (ES), no
ano de 2006.
Várias telas exibem um ocre
típico da região, presente nos
contêineres do porto, na corrosão dos navios, na areia das
praias. "Mas é uma coisa do ar.
Esse tom muito característico
está na atmosfera do lugar", diz
Luzzati. Outra influência são as
serras de Minas Gerais, que a
artista conheceu por viagens de
trem na linha Vitória-Minas.
O ocre invade o oceano mostrado por Luzzati no único vídeo da exposição, conferindo à
paisagem marítima uma aparência algo infernal. A paisagem construída vai ao encontro
da síntese da obra de Luzzati,
segundo o crítico de arte Paulo
Herkenhoff: "O olhar vagueia
entre o imaginário e a razão".
MARIANNITA LUZZATI
Quando: de ter. a sex., das 11h às
19h, e sáb., das 11h às 17h; até 11/4
Onde: galeria Baró Cruz (r. Clodomiro Amazonas, 528, tel. 0/xx/ 11/
3167-0830); livre
Quanto: entrada franca
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