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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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FILMES E TV PAGA

James e o Pêssego Gigante
SBT, 15h45.
  
(James and the Giant Peach). EUA, 96. Direção: Henry Selick. Com Miriam Margolies, Joanna Lumley. Graças a um pêssego que cresce desmesuradamente, o jovem James livra-se das crueldades da tia e parte rumo à Nova York. Infantil.

A Sombra e a Escuridão
Globo, 16h15.
  
(The Ghost and the Darkness). EUA, 96, 109 min. Direção: Stephen Hopkins. Com Michael Douglas, Val Kilmer. Em 1896, na África, o engenheiro inglês Kilmer, responsável por construção de estrada de ferro, enfrenta sérios problemas com dois leões nada pacíficos, um chamado Sombra, o outro, Escuridão. Segundo consta, ambos mataram cerca de 130 pessoas. Os nativos tremem. Kilmer pede ajuda ao experiente caçador Remington. Nem assim as coisas serão fáceis.

Clube da Luta
Globo, 23h05.

(Fight Club). EUA, 99, 139 min. Direção: David Fincher. Com Brad Pitt, Edward Norton. O clube da luta é o lugar onde amigos vão extravasar suas frustrações cotidianas ou nem tanto. Seria ok, se Fincher não perdesse a ocasião de fazer estilo a cada round. Inédito.

O Dossiê Pelicano
SBT, 23h45.

(The Pelican Brief). EUA, 93, 141 min. Direção: Alan J. Pakula. Com Julia Roberts, Denzel Washington. Estudante de direito (Roberts) prepara dossiê sobre a morte de dois juízes da Suprema Corte. Ato contínuo, passa a ser perseguida. Só Denzel Washington tenta ajudá-la. Adaptação de romance de John Grisham. Grisham já fez do melhor ("A Câmara") ao banal. Mas sempre há um brio, um ânimo. Pakula introduz ao subgênero aventura de advogado um desânimo e um espírito burocráticos que -à parte o roteiro confuso- tornam o filme insustentável. Inédito.

O Perfume de Emmanuelle
Bandeirantes, 2h.

(Emmanuelle's Perfume). França, 92, 90 min. Direção: Francis Leroi. Com Sylvia Kristel, Marcella Walerstein. Emmanuelle trata de aproximar amantes (no caso, um amigo escritor em crise, que quer conquistar uma garota).

Roger e Eu
SBT, 2h20.

(Roger & Me). EUA, 89, 91 min. Direção: Michael Moore. O que acontece em Flint, Michigan, quando a GM fecha suas fábricas e provoca desemprego em massa. Não é de menor interesse saber que Moore está tratando, aqui, de sua cidade natal, nem que ao ganhar o Oscar, este ano, pôs a boca no mundo contra a guerra de Bush no Iraque.

Hellraiser - A Herança Maldita
Globo, 3h35.

(Hellraiser - Blood Line). EUA, 95, 86 min. Direção: Alan Smithee. Com Bruce Ramsay, Valentina Vargas. Estamos no século 22 e o demoníaco Pinhead, de tantos "Hellraiser", parece chegar ao fim da linha -que nunca foi brilhante- de forma melancólica: levado à cena pelo nome de guerra Alan Smithee.

Assassinato em Primeiro Grau
SBT, 4h.

(Murder in the First). EUA, 95, 93 min. Direção: Marc Rocco. Com Kevin Bacon, Christian Slater. Após passar anos na solitária do presídio de Alcatraz, Bacon comete assassinato. Não há dúvidas sobre o fato. Aparentemente tudo está perdido. Tanto mais que o advogado que vai defendê-lo é o novato Slater. Além de umas tantas surpresas, o filme dedica-se a uma pesada crítica ao sistema penitenciário dos EUA. Produção pequena, mas eficaz, que se serve bem dos clichês do gênero, como o diretor sádico (Oldman). Só para São Paulo. (IA)


A Itália já não sonha de olhos abertos

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Os filmes italianos hoje chegam raramente ao Brasil. E os que chegam raramente conseguem nos convencer de todo.
É difícil acreditar que, um dia, o cinema italiano foi dos melhores do mundo. Que produziu, quase de uma vez, gente como Rossellini, De Sica, Visconti, Antonioni, Fellini, Zurlini, Pasolini e outros tantos "inis", para não falar de Dino Risi, Mario Monicelli, Damiano Damiani, Mario Bava, isto é, um segundo time tão talentoso que é quase ofensivo chamá-lo de segundo time.
E havia atores formidáveis, atrizes lindas (e formidáveis), técnicos de primeira. Da miséria do pós-guerra à prosperidade que se seguiu, o cinema parecia uma expressão chave da sociedade e do pensamento -em suma, do múltiplo modo de ser italiano.
O que veio depois foi uma sombria decadência. Talvez eu não esteja bem lembrado, mas os maiores talentos da geração dos anos 60 são Sergio Leone e Bernardo Bertolucci, que em dado momento, ambos desenvolverão carreira internacional.
Os dois Bertoluccis de hoje, "O Último Imperador" (Eurochannel, 0h) e "O Céu que Nos Protege" (Eurochannel, 3h), são falados em inglês, e seus elencos dizem bem do quanto a Itália está fora disso tudo: John Lone e Joan Chen (no primeiro caso); e Debra Winger e John Malkovich (no segundo) são nomes centrais.
Ok, ao menos "O Último Imperador" é uma superprodução. Mas dinheiro não parece ser o mais decisivo na história. É como se a Itália tivesse perdido um pouco a capacidade de sonhar que lhe sobrava no pós-guerra.
Ou mesmo durante a guerra, como nos faz lembrar "Obsessão" (hoje, Film & Arts, 2h), a estréia de Luchino Visconti na direção. Ou ainda "Parente É Serpente" (hoje, Telecine Happy, 11h45), um Monicelli de 1992, que fala bem de como a Itália média passou a vivenciar a prosperidade como um pesadelo de que a generosidade está ausente.


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