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Obra inicia série de "safadezas"
da literatura
DA REPORTAGEM LOCAL
Rubem Fonseca não está
sozinho nas suas libertinagens. Seu "Diário de um Fescenino" dá o pontapé inicial
em uma coleção de livros
que nos bastidores da Companhia das Letras vem sendo
chamada de série "Safada".
São sátiros de todas as eras
e nacionalidades, e de diversos graus de safadezas, os
autores desse conjunto de livros, todos em capa dura e
ilustrados pela artista plástica Célia Euvaldo.
Entre os pontos altos do
pacote, que tem prosseguimento em outubro com "O
Irmão de Onã", de Moacyr
Scliar, estão alguns pesos pesados da literatura sacana.
Um dos exemplos é a chamada "A Crucificação Encarnada", a trilogia "Sexus",
"Plexus", e "Nexus", do
americano Henry Miller
(1891-1980), já lançados
aqui, mas esgotadíssimos.
Na mesma situação, o
marcante "O Complexo de
Portnoy", das obras maiores
de Philip Roth, também ganhará nova tradução.
Nem só com a velha guarda vem o pacote. Representando as novas letras britânicas, sai ainda este ano o volume "Política", do novíssimo
Adam Thirlwell, inédito ainda na Inglaterra e já selecionado como um dos melhores escritores jovens do Reino Unido pela prestigiada
revista "Granta".
Também fresca é a literatura de André Sant'Anna,
destacado autor jovem que
terá, com seu "O Paraíso É
Bem Bacana" a estréia em
uma grande editora.
Luiz Schwarcz, editor da
Companhia, diz que a coleção nasceu quase por acaso.
Ele estava lendo um romance de Philip Roth quando encontrou com Rubem Fonseca. Brincou com o escritor
que ele deveria fazer algo
meio safado, como os textos
do colega americano. Ficou
por isso mesmo. Dois anos
depois, de surpresa, Fonseca
lhe entregou o "Diário".
(CASSIANO ELEK MACHADO)
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