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Criadores da série tentam evitar analogias com os Estados Unidos
DA ENVIADA A ROMA
Tem sido comum ouvir comparações entre Roma e os Estados Unidos dos dias de hoje,
por conta de seu predomínio
político e econômico no mundo, cada qual a seu tempo.
Para o roteirista Bruno Heller, entretanto, a comparação
não cabe. "Qualquer potência
que predomine por um período
é sempre comparada a Roma.
Foi assim com a Espanha na
época dos Descobrimentos,
com a Inglaterra no século 19.
Mas nenhuma delas se equipara a Roma. Ali criou-se um modo inédito de fazer política."
Os criadores da série dizem
que querem evitar esse tipo de
comparação. Não há piadas
embutidas, nem passagens colocadas na trama para suscitar
analogias. Estas, entretanto,
surgem naturalmente. O ator
Ray Stevenson vê algumas semelhanças. "Tanto Roma como
os EUA agora acreditavam estar fazendo algo bom para os
outros povos, que a sua lei era
melhor para governar não só a
sua casa, mas o resto do mundo.
Hoje vemos que isso é relativo."
Em inglês
Causa algum estranhamento
o fato de que, num programa
cuja preocupação com a veracidade é tamanha, os habitantes
de Roma se expressem num inglês corretíssimo. Na Itália, isso
provocou críticas. "Os italianos
podem reclamar, ver imperfeições numa história que crêem
ser só deles. Mas eles estão errados. Roma não pertence apenas aos italianos. Nela está a
história da civilização ocidental. Todos estamos livres para
interpretá-la", diz Heller.
(SC)
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