DA REPORTAGEM LOCAL

"Novas Diretrizes em Tempo de Paz" volta à cidade de origem capitalizada pelo sucesso na temporada carioca.
A primeira montagem estreou no final de 2001, dentro do ciclo de dramaturgia organizado pelo teatro Ágora, em São Paulo. O texto de Bosco Brasil era interpretado por Dan Stulbach e Jairo Mattos, com direção de Ariela Goldmann e iluminação de Gianni Ratto.
O texto escrito a toque-de-caixa para uma breve participação no evento do Ágora adquiriu outras proporções na medida que veio a público.
Daí a temporada no mesmo teatro. Daí a turnê por sete cidades do interior paulista, já com a substituição de Mattos por Pascoal da Conceição. Daí a chance para a temporada no Rio, quando Conceição já não podia seguir e pensou-se então em Tony Ramos. O ator já conhecia Bosco da Globo e topou.
"O despojamento que Bosco propõe é a grande magia de uma peça que surpreende pela palavra, pela jogo de idéias", diz Ramos, 54.
Ele contracena com Dan Stulbach, ator que está envolvido com o projeto desde o seu embrião. "A minha briga foi continuar mantendo a simplicidade. Vou acoplando uma entonação, um gesto, mas tomo cuidado para não ficar um monte de penduricalhos", afirma.
A trama se desenrola no dia 18 de abril de 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial. O imigrante polonês Clausewitz (Dan Stulbach) fogo do horror nazista em sua terra natal e chega ao Rio. Ele esbarra com o funcionário da Imigração, Segismundo (Tony Ramos), um ex-torturador. A peça mostra como o agricultor polonês tenta convencer o funcionário a deixá-lo entrar no Brasil.