|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Photoespaña destaca anos 70 e opta pelo banal
Reunião de 74 mostras sobre fotografia acontece em 4 cidades até 26 de julho
Exposições se espalham por capital espanhola e exibem produção de nomes como Sherman, Richter e García-Alix, entre outros artistas
MARIO GIOIA
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
Gerhard Richter, Cindy
Sherman, Malick Sidibé, Alberto García-Alix, Pedro Costa,
Walid Raad. Parece a escalação
de uma boa Bienal (não vazia),
mas são alguns dos 259 artistas
presentes em 74 exposições da
12ª edição do Photoespaña, que
segue em cartaz em Madri e outras três cidades até 26 de julho.
Unida sob o tema do cotidiano e com curadoria do português Sergio Mah, a extensa programação tem como um de
seus principais destaques
"Anos 70 - Fotografia e Vida
Cotidiana", em cartaz no teatro
Fernán Gomez, perto do Museu do Prado, e que exibe séries
de imagens de 27 artistas.
"É a década que é um espelho
da cultura contemporânea,
quando observar a banalidade é
base das narrativas", afirma
Mah, 39, que assina a curadoria
da mostra junto do britânico
Paul Wombell. "E, em tempos
de YouTube e Facebook, descrever o ordinário, o cotidiano,
é uma qualidade."
Entre os 27 artistas, há nomes consagrados como o de Sophie Calle, com registros fotográficos de amigos e desconhecidos dormindo em sua cama; o
malinês Malick Sidibé, Leão de
Ouro pelo conjunto da obra na
Bienal de Veneza passada, que
exibe fotos feitas em festejos
em seu país; e os norte-americanos Cindy Sherman, com sua
iconografia feminina, e William Eggleston, com seus registros feitos no interior dos
Estados Unidos.
No entanto, artistas menos
em evidência também exibem
produções de interesse na exposição, como a dupla alemã
Gabriele e Helmut Nothhelfer,
que enfoca figuras perdidas em
festejos cívicos; e o sueco Anders Petersen, que mostra a série "Café Lehmitz", feita no
submundo de Hamburgo.
Ou o japonês Kohei Yoshiyuki, que mostra "Parque", série
feita com filme infravermelho
em Tóquio, tendo como centro
frequentadores e voyeurs em
busca de sexo casual. A suíço-brasileira Claudia Andujar encerra "Anos 70..." com fotos
realizadas na rua Direita, no
centro de São Paulo.
Richter
Outra exposição de peso é a
dedicada a fotografias pintadas
do alemão Gerhard Richter,
uma das estrelas da cena de arte contemporânea.
A Fundação Telefônica abriga 410 imagens, a maioria vista
pela primeira vez, de momentos domésticos da vida do artista, rodeado por familiares e
amigos, ou em férias.
"São registros absolutamente íntimos, muitos deles dados
a amigos, nos quais Richter faz
intervenções com sobras de
tinta", diz o alemão Markus
Heinzelmann, 44, curador da
exposição, ao lado de Mah.
O bloco histórico de mostras
fotográficas também não decepciona, com exposições da
norte-americana Dorothea
Lange (1895-1965) e do espanhol Bartolomé Ros (1906-1974), entre outros.
O destaque do segmento é o
italiano Ugo Mulas (1928-1973), que produziu algumas
das mais famosas imagens dos
protagonistas da pop art americana, como Robert Rauschenberg (1925-2008), e alguns registros memoráveis de outros
nomes, como o de Lucio Fontana (1899-1968).
O jornalista MARIO GIOIA viajou a convite do
Centro Oficial de Turismo Espanhol e da Iberia
Texto Anterior: Sueco canta suas paixões em SP Próximo Texto: Fotógrafo hoje já se imagina artista, diz García-Alix Índice
|