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ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br
Comitê filtra grifes do Fashion Rio
Marcas serão submetidas à avaliação de 14 designers; Lenny, Redley e Espaço Fashion são destaques dos últimos dias
Sob direção de Paulo Borges, da SPFW, evento carioca foi bem-sucedido e se tornou mais profissional, mas há impasses a serem resolvidos
ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
O grupo InBrands e o empresário Paulo Borges foram bem-sucedidos em sua primeira empreitada à frente do Fashion
Rio. Conseguiram melhorar a
organização e dar à semana de
moda ares mais profissionais.
Do ponto de vista do line-up,
porém, ainda são muitos os impasses que os novos gestores
enfrentarão.
Em entrevista no último dia
do evento, que terminou anteontem, Borges confirmou
que vai transferir as grifes de
moda praia de São Paulo para o
Rio e admitiu que o conjunto de
marcas do evento carioca pode
sofrer mudanças.
As alterações serão analisadas com um comitê de moda a
ser criado e que terá a participação de 14 estilistas. Esse grupo discutirá a permanência de
grifes e o ingresso de novas
marcas. Para Borges, os requisitos essenciais para continuar
no Fashion Rio seriam: qualidade de design, criatividade e
capacidade de distribuição pelo
território nacional.
Parecem critérios óbvios,
mas, caso fossem aplicados ao
pé da letra, poucas grifes restariam na semana carioca. E,
mesmo na SPFW, um certo número de marcas já estaria na
lista negra.
Impasses
Mas será que a InBrands tem
interesse em se desfazer de grifes que pouco tem a dizer sobre
inovação e design, embora comandem negócios de moda
bastante lucrativos? Ou será
que os dois eventos dispensariam estilistas com boas ideias,
mas que sobrevivem com microestuturas comerciais?
E o impasse não para aí. Nesta temporada do Fashion Rio,
por exemplo, poucos foram os
destaques em termos de design
criativo e inovação. Guiadas pelo material pasteurizado dos birôs de tendências, muitas grifes
convergiram para os mesmos
temas, ideias e abordagens de
moda.
Houve exceções, como a
Lenny. Com um desfile fundamentado em jogos entre estampas e formas, a grife foi do tropical ao bondage numa sequência matadora de biquínis e
maiôs com recortes esculturais
e modelagem exemplar.
No último dia, destacaram-se
Redley e Espaço Fashion. A primeira, com uma coleção de design apurado, à maneira do rigor geométrico do estilista da
grife, o alemão Jurgen Oeltjenbruns. A segunda surpreendeu
com uma coleção expressionista-tribal ultracolorida, ainda
mais valorizada pelo styling
"milagroso" de Daniel Ueda.
Resta esperar a próxima temporada para conferir o tamanho da tesoura com que Paulo
Borges vai recortar os novos
desenhos das semanas de moda
brasileiras.
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