São Paulo, sexta-feira, 12 de junho de 2009

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ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br

Comitê filtra grifes do Fashion Rio

Marcas serão submetidas à avaliação de 14 designers; Lenny, Redley e Espaço Fashion são destaques dos últimos dias

Sob direção de Paulo Borges, da SPFW, evento carioca foi bem-sucedido e se tornou mais profissional, mas há impasses a serem resolvidos

ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN

ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
O grupo InBrands e o empresário Paulo Borges foram bem-sucedidos em sua primeira empreitada à frente do Fashion Rio. Conseguiram melhorar a organização e dar à semana de moda ares mais profissionais. Do ponto de vista do line-up, porém, ainda são muitos os impasses que os novos gestores enfrentarão.
Em entrevista no último dia do evento, que terminou anteontem, Borges confirmou que vai transferir as grifes de moda praia de São Paulo para o Rio e admitiu que o conjunto de marcas do evento carioca pode sofrer mudanças.
As alterações serão analisadas com um comitê de moda a ser criado e que terá a participação de 14 estilistas. Esse grupo discutirá a permanência de grifes e o ingresso de novas marcas. Para Borges, os requisitos essenciais para continuar no Fashion Rio seriam: qualidade de design, criatividade e capacidade de distribuição pelo território nacional.
Parecem critérios óbvios, mas, caso fossem aplicados ao pé da letra, poucas grifes restariam na semana carioca. E, mesmo na SPFW, um certo número de marcas já estaria na lista negra.

Impasses
Mas será que a InBrands tem interesse em se desfazer de grifes que pouco tem a dizer sobre inovação e design, embora comandem negócios de moda bastante lucrativos? Ou será que os dois eventos dispensariam estilistas com boas ideias, mas que sobrevivem com microestuturas comerciais?
E o impasse não para aí. Nesta temporada do Fashion Rio, por exemplo, poucos foram os destaques em termos de design criativo e inovação. Guiadas pelo material pasteurizado dos birôs de tendências, muitas grifes convergiram para os mesmos temas, ideias e abordagens de moda.
Houve exceções, como a Lenny. Com um desfile fundamentado em jogos entre estampas e formas, a grife foi do tropical ao bondage numa sequência matadora de biquínis e maiôs com recortes esculturais e modelagem exemplar.
No último dia, destacaram-se Redley e Espaço Fashion. A primeira, com uma coleção de design apurado, à maneira do rigor geométrico do estilista da grife, o alemão Jurgen Oeltjenbruns. A segunda surpreendeu com uma coleção expressionista-tribal ultracolorida, ainda mais valorizada pelo styling "milagroso" de Daniel Ueda.
Resta esperar a próxima temporada para conferir o tamanho da tesoura com que Paulo Borges vai recortar os novos desenhos das semanas de moda brasileiras.


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