São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2004

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ARTES PLÁSTICAS

Programa percorre cores de Beatriz Milhazes

ALEXANDRA MORAES
DA REPORTAGEM LOCAL

"A cor resolve todos os problemas." Da arte, pelo menos, segundo os trabalhos da artista plástica carioca Beatriz Milhazes. Seu mundo repleto de cores é objeto da série "O Mundo da Arte", que percorre o ateliê da artista em busca das técnicas, formas e da ampla variedade de tons que tornaram sua obra reconhecível e admirada mundo afora.
"Como meu trabalho é um processo, venho desenvolvendo questões desde o começo da década de 90, com novos problemas, para fazer o trabalho crescer", diz a artista, que expõe atualmente na 26ª Bienal de Arte de São Paulo. Para ela, a cor estabelece uma relação com a vida e é uma maneira de realçar a nacionalidade brasileira de sua arte.
De volutas barrocas e cores extravagantes, a obra de Milhazes sinaliza uma forte relação com o Carnaval, que, para a artista, "é uma manifestação explosiva de vida, tem um resultado exuberante e muito verdadeiro."
Egressa do que foi chamado de "geração 80", Milhazes explica que não se tratou de um movimento de artistas, mas algo que existiu "de fora para dentro", a partir da curadoria da exposição "Onde Está Você, Geração 80?", no parque Lage, no Rio, em 1984.
A distinção da produção de Milhazes em relação àquela de outras mulheres na atualidade coube, nesse registro, ao colega Daniel Senise. "Na contramão de muitas artistas, principalmente americanas, de trabalhos muito agressivos, ela pinta flores e padrões que mostrariam aparentemente fraqueza, mas faz um trabalho potente", repara o pintor.
Milhazes fala também de suas primeiras influências, as obras de Tarsila do Amaral e de Matisse. "A Tarsila fez o que eu queria fazer: unir questões da minha cultura e questões da pintura. Matisse usava a indumentária da cor bastante forte, presente, contrastante. Ele queria fazer trabalhos que se comunicassem com a vida."


A PROFUSÃO DE CORES DE BEATRIZ MILHAZES. Quando: amanhã, às 22h, na Rede SescSenac (STV).


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