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ARTES PLÁSTICAS
Programa percorre cores de Beatriz Milhazes
ALEXANDRA MORAES
DA REPORTAGEM LOCAL
"A cor resolve todos os problemas." Da arte, pelo menos, segundo os trabalhos da artista plástica
carioca Beatriz Milhazes. Seu
mundo repleto de cores é objeto
da série "O Mundo da Arte", que
percorre o ateliê da artista em
busca das técnicas, formas e da
ampla variedade de tons que tornaram sua obra reconhecível e
admirada mundo afora.
"Como meu trabalho é um processo, venho desenvolvendo
questões desde o começo da década de 90, com novos problemas,
para fazer o trabalho crescer", diz
a artista, que expõe atualmente na
26ª Bienal de Arte de São Paulo.
Para ela, a cor estabelece uma relação com a vida e é uma maneira
de realçar a nacionalidade brasileira de sua arte.
De volutas barrocas e cores extravagantes, a obra de Milhazes sinaliza uma forte relação com o
Carnaval, que, para a artista, "é
uma manifestação explosiva de
vida, tem um resultado exuberante e muito verdadeiro."
Egressa do que foi chamado de
"geração 80", Milhazes explica
que não se tratou de um movimento de artistas, mas algo que
existiu "de fora para dentro", a
partir da curadoria da exposição
"Onde Está Você, Geração 80?",
no parque Lage, no Rio, em 1984.
A distinção da produção de Milhazes em relação àquela de outras mulheres na atualidade coube, nesse registro, ao colega Daniel Senise. "Na contramão de
muitas artistas, principalmente
americanas, de trabalhos muito
agressivos, ela pinta flores e padrões que mostrariam aparentemente fraqueza, mas faz um trabalho potente", repara o pintor.
Milhazes fala também de suas
primeiras influências, as obras de
Tarsila do Amaral e de Matisse.
"A Tarsila fez o que eu queria fazer: unir questões da minha cultura e questões da pintura. Matisse
usava a indumentária da cor bastante forte, presente, contrastante. Ele queria fazer trabalhos que
se comunicassem com a vida."
A PROFUSÃO DE CORES DE BEATRIZ
MILHAZES. Quando: amanhã, às 22h, na
Rede SescSenac (STV).
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