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ERIKA PALOMINO
TATI QUEBRA-BARRACO É MUSA DO VERÃO NEOTROPICALISTA
Pronto. Está eleita a musa do verão 2005. Nesta estação de valores
neotropicalistas, Tati Quebra-Barraco surge como inspiração e
símbolo do momento. Veio desavisada na última temporada de
moda, quando apareceu sentada
na primeira fila da Cavalera. "Sou
feia, mas tô na moda", decretou.
Depois, foi o teórico da vida real
Xico Sá quem a percebeu aqui
mesmo nesta Folha como síntese
do deboche, do novo feminismo
popozudo, da pós-modernidade
vivida nas ruas e barracos brasileiros. Agora, ela vem nas elitistas
páginas da "Vogue", fotografada
por Bob Wolfenson e resenhada
por Eduardo Logullo. Anuncia
uma lipoaspiração mais noticiada
do que a de muita global. Na próxima quarta, lança seu esperado
CD ("Boladona") numa festa no
Lov.e, onde seu principal artífice,
o DJ Marlboro, vem arrebentando, na mais criativa experiência
de vida noturna da cidade hoje.
Atenção: quem quiser ir deve
comprar ingresso antecipado no
clube (não haverá venda no dia).
Assim, Tati nos ensina (em mau
português , é verdade) tudo sobre
sexo e sobre controle, num território essencialmente machista
-não é assim a sociedade brasileira? Vem com "papo reto" do
coração do funk para dar aula de
sexo e de malandragem feminina
nas zona sul de todo o país. "Escute a minha forma pra você ficar
comigo: Você finge que me ama e
eu finjo que acredito." Tati não
quer saber e não se vende: "Tô podendo pagar hotel pros homens,
isso é o que é mais importante".
Ética zero, ela quebra tudo ("demole o meu barraco") e pega o
marido das outras ("se marcar, eu
beijo meeeesmo", garante, numa
das melhores faixas). Também
pega geral e não tem medo de dizer como prefere ("69, frango assado, de ladinho a gente gosta",
diz a famosa e absurda letra de
"Tá Ardendo, Assopra"). Rainha
do trocadilho infame e da ambigüidade nas letras.
Tá certo, as bases não são aquela coisa incrível, mas os textos são
mesmo inacreditáveis. Como diria a própria Tati, no auge de sua
filosofia, demorô já é.
FIM DE ANO ANIMA EM SÃO PAULO
O fim de ano em SP vai ser babado e confusão. Passado o Tim
Festival, os clubes e promoters
da cidade se agitam em busca
de atrações internacionais.
A coisa toda começa na próxima sexta (19/11, meu aniversário!!) com Larry Tee (Electroclash), no Ampgalaxy, e o Chateau Flight, da dupla Nicolas
Chaix (I:Cube, estou adorando)
e Gilbert Cohen, com mix de
house, electro, jazz e música
vintage francesa no D-Edge.
Quem vem na seqüência é o inglês Mark Moore, do megahit
"Theme From S-Express", que
toca na nova noite de montação
Fesh (23/11), também no Amp.
A Technova (26/11), do Lov.e,
recebe o alemão Ian Pooley; o
descolado Luomo é a atração da
noite itinerante No Hay Banda!
(7/12), que estréia no D-Edge.
No mesmo clube tem Richie
Hawtin (10/12). The Week e Level se agilizam trazendo respectivamente Billy Carroll (11/12) e
o top dos remixes hard-house
-que reinam nas pistas gays-
Peter Rauhofer (17/12).
Na véspera de Natal (24/12) o
D-Edge traz o novo hype finlandês Kiki, do superhit "Run with
Me". O clube também já confirmou Ivan Smagghe, da moderna noite parisiense Kill the DJ e
do descolado clã da Tigersushi,
que a gente já superfalou aqui.
Arrasaram. Mas ele só vem depois do Carnaval, em março de
2005. Haja saúde clubber, né?
Que bom, ao menos acontece
alguma coisa.
QUE CHITA BACANA!
E, na onda da brasilidade fa-
shion que assola (que bom) o
planeta, a chita agora é hype.
Vai ser em janeiro, no Sesc Belenzinho, a exposição "Que
Chita Bacana", sobre a história
da chita e seu uso no design de
roupas no Brasil. Um primeiro
módulo vai tratar da parte conceitual: o surgimento da chita
na Índia no século 16, sua chegada à Europa e ao Brasil. No
outro momento a mostra reúne
as manifestações populares da
chita no folclore -do Carnaval,
maracatu e festas populares- e
na moda brasileira com peças
de Alexandre Herchcovitch,
Karlla Girotto, André Lima, Lino Villaventura, Marcelo Sommer, Ronaldo Fraga, Reinaldo
Lourenço e até os novíssimos
Raia de Goeye, Neon, Amapô e
Madalena. A ONG A Casa assina a mostra e um livro que sai
na mesma época.
Colaborou Sergio Amaral, free-lance
para a Folha
UEBA: MIX BRASIL COMEÇA HOJE
E começa hoje a 12ª edição do
Festival de Diversidade Sexual
Mix Brasil, em SP. A seleção
deste ano está supervariada,
privilegiando não somente as
produções de caráter underground, mas também filmes de
apelo mais comercial. O divertido "D.E.B.S", da abertura ontem à noite, já indicava isso.
Entre os destaques apontados
pela diretora do festival, Suzy
Capó, estão a retrospectiva de
Todd Verow, diretor under
norte-americano; o longa "Jackie Curtis, Superstar", sobre a
travesti do clã de Andy Warhol,
e "Twisted", documentário
clubber sobre a turnê de Stuart
Who? e Wayne G. por clubes
gays do mundo todo. Dos diretores de "Party Monster" há o
"O Führer no Armário", que
trata da sexualidade de Hitler.
Outras recomendações: as sessões de curtas Mundo Mix, com
produções do Canadá, Alemanha, Itália e África do Sul; o longa de ficção ""Eu que Amo Você", um filme russo tipo Almodóvar, e "O Exército das Frutas",
tipo "La Chinoise", do Godard,
em versão pornô".
Ainda tem pencas de shows no
Mix Music, que rola entre 17 e
21 de novembro na galeria Olido (av. São João, 473, centro).
Cansei de Ser Sexy (que foi legal, sim, no Tim Festival), Multiplex e Visavis se apresentam.
E, claro, todo mundo sempre
espera o famoso Show do Gongo, na terça (16/11) no Cinearte,
no Conjunto Nacional. Marisa
Orth, tradicional "poderosa do
gongo" já está confirmada, assim como o top clubber e DJ
Johnny Luxo, que no papel de
jurado, vai fazer comentários
absurdinhos sobre os filmes.
Os ingressos são sempre superdisputados. Ano passado, às
15h, as 450 entradas do cinema
já tinham acabado. Confira a
programação completa no mix
brasil.org.br.
epalomino@folhasp.com.br
na noite ilustrada...
Hoje tem megafesta do Ultralounge na Casa das Caldeiras (av. Francisco Matarazzo, 2.000, Lapa) com os DJs Wayne G. e Stewart Who?, residentes da Heaven em Londres; Camila Kfouri, Liana Padilha e Luca Lauri tocam na Defumadora, no Exxex; no Amp tem a Pif Paf com DJs Atum, Bezzi e Japa Girl no som. Sábado é dia de Babylon na The Week; na noite indie Sound, convidados luxo: Miranda
e Kid Vinil. No domingón, tem as já tradicionais e animadas noites de hip hop, no Lov.e, e indie-rock, na A Lôca. No Amp rola Smartbiz Party com Ana Flávia e André Juliani. Pra quem ainda tem saúde rola On the Rocks, na segunda, com o top Lúcio Ribeiro no som e pocket-show da banda Inocentes
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