|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Produtor foi pioneiro da bossa eletrônica
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
Suba deixou sua marca na
música brasileira contemporânea e abriu caminho para novos
produtores que associam ritmos do país a efeitos eletrônicos e alimentam uma espécie
de sonoridade internacional
"made in Brazil".
A produção de "Tanto Tempo", de Bebel Gilberto, foi um
marco. O disco foi um grande
estouro internacional, com seu
som cool, que marcou o início
dos anos 2000 e influenciou
muita gente no Brasil e fora.
Não deixa de ser significativo
que esse CD tenha como referência justamente a mais reconhecível das sonoridades internacionais "made in Brazil" -a
da bossa nova, à qual Suba adicionou efeitos e batidas.
Segundo João Parahyba, um
dos músicos brasileiros que
trabalhou com o produtor iugoslavo, ele era "uma coisa eletrônica-orgânica". Ou seja, para ele a parafernália eletrônica
não deveria deixar tudo dominado, mas ser simplesmente
uma ferramenta utilizada pelos
músicos com o objetivo de criar
atmosferas e texturas musicais
novas, diferentes.
É verdade que a bossa eletrônica acabou se transformando
em fórmula, mas isso não é culpa de Suba -faz parte do jogo
da indústria cultural. Não é demais lembrar que a bossa nova
também virou musak, música
de elevador, o que não diminui
sua grandeza original.
Mas a contribuição de Suba
foi além. Ele trabalhou com
gente muito diferente em projetos variados. "São Paulo Confessions", que já se tornou um
CD antológico, resume muito
bem o precioso encontro desse
gringo com os trópicos.
Texto Anterior: O alquimista Próximo Texto: Comentário: Suba era diferente de todos os outros Índice
|