São Paulo, quinta-feira, 12 de novembro de 2009

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ANÁLISE

Produtor foi pioneiro da bossa eletrônica

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Suba deixou sua marca na música brasileira contemporânea e abriu caminho para novos produtores que associam ritmos do país a efeitos eletrônicos e alimentam uma espécie de sonoridade internacional "made in Brazil".
A produção de "Tanto Tempo", de Bebel Gilberto, foi um marco. O disco foi um grande estouro internacional, com seu som cool, que marcou o início dos anos 2000 e influenciou muita gente no Brasil e fora. Não deixa de ser significativo que esse CD tenha como referência justamente a mais reconhecível das sonoridades internacionais "made in Brazil" -a da bossa nova, à qual Suba adicionou efeitos e batidas.
Segundo João Parahyba, um dos músicos brasileiros que trabalhou com o produtor iugoslavo, ele era "uma coisa eletrônica-orgânica". Ou seja, para ele a parafernália eletrônica não deveria deixar tudo dominado, mas ser simplesmente uma ferramenta utilizada pelos músicos com o objetivo de criar atmosferas e texturas musicais novas, diferentes.
É verdade que a bossa eletrônica acabou se transformando em fórmula, mas isso não é culpa de Suba -faz parte do jogo da indústria cultural. Não é demais lembrar que a bossa nova também virou musak, música de elevador, o que não diminui sua grandeza original.
Mas a contribuição de Suba foi além. Ele trabalhou com gente muito diferente em projetos variados. "São Paulo Confessions", que já se tornou um CD antológico, resume muito bem o precioso encontro desse gringo com os trópicos.

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