São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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CDs

Pop
Pouca Vogal
GESSINGER + LEINDECKER
Gravadora: Som Livre; Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom
O já tão batido formato "acústico e ao vivo" costuma causar suspeitas do tipo: "Mas, meu Deus, por que isso agora?".
No entanto, ao rodar este "Pouca Vogal" no CD player e entrar em contato com as gaitas e os violões de aço, honestos e sem excessos, predominantes nos arranjos, dá até para enfrentar os preconceitos. Humberto Gessinger (da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii) e Duca Leindecker (do Cidadão Quem) mostram entrosamento ao entoar canções inéditas (como "Depois da Curva" e "O Voo do Besouro") e sucessos já antigos dos Engenheiros ("Somos Quem Podemos Ser", "A Montanha" e "Até o Fim").
POR QUE OUVIR: Pelo clima amistoso do disco, que transforma hits outrora irritantes em temas saudosistas. E pelas vozes de Gessinger e Leindecker, ainda inteironas. (FABIO RIGOBELO)

Erudito
Tchaikovski / Medtner: Concertos para Piano
YEVGENY SUDBIN (PIANO)
Gravadora: Bis/Biscoito Clássico; Quanto: R$ 33,90, em média; Avaliação: ótimo Finalmente chega ao Brasil esse disco, premiado na Europa, no qual a Osesp, regida por John Neschling, acompanha o flamejante pianista russo radicado no Reino Unido Yegveny Sudbin, 29, em duas obras para piano e orquestra de seus compatriotas: o popularíssimo e virtuosístico "Concerto nº 1", de Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893) e o bem menos conhecido (mas não de dificuldade técnica inferior) primeiro concerto do compositor e pianista Nikolai Karlovitch Medtner (1880-1951).
POR QUE OUVIR: Sudbin demonstra um pianismo vigoroso e cheio de personalidade, com uma riqueza sonora que vale a pena conhecer. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

MPB
Verso Alegoria
MOISÉS SANTANA
Gravadora: Lua; Quanto: R$ 24, em média; Avaliação: bom
O excesso de programações eletrônicas no terceiro CD solo de Moisés Santana torna regra o que poderia aparecer na forma de comentários inteligentes -como é em "O Mistério do Samba". Ainda assim, sobrevivem a capacidade que o baiano tem de dizer muito com pouco (versos de "Do Mesmo Lugar" e "Chega de Realidade"); seu humor chanchado e sofisticado ("Rosas no Caminho", "Tem Celebridade"); o amor à tradição sem deixar de recriá-la ("Alegria Insiste", "Esse Momento", "Juízo Final").
POR QUE OUVIR: Santana mistura influências bem reconhecíveis (Novos Baianos, Maria Alcina, Itamar Assumpção e outros) para criar uma assinatura forte. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Rock
MTV Apresenta: Scracho
SCRACHO
Gravadora: EMI; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: ruim
A primeira faixa de "Universo Paralelo", álbum produzido em parceria com a emissora musical, já deixa bem claro o que virá nas outras 14: um rock melodicamente pobre e muito barulhento, repleto de letras ainda mais pobres (em geral sobre relacionamentos adolescentes) e com um vocalista que parece ter acabado de sair do seriado "Malhação", dado seu excessivo sotaque carioca. Se bem que, aos mais atentos, o nome da banda já indicava: esse som é "escrachado". O pacote inclui ainda um DVD, com a íntegra do show já exibido, parcialmente, em programa da MTV. Talvez agrade a menores de 18 anos e aos fãs de emocore.
POR QUE NÃO OUVIR: Como outro argumento para sustentar uma tese que, apesar de triste, se demonstra cada vez mais irrefutável: não existe imaginação nem ousadia entre as novas bandas de "rock comercial" brasileiras, todas tão fracas e tão parecidas umas com as outras. (FR)


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