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Velázquez é tema da Coleção Folha
Volume que sai no domingo que vem é dedicado ao grande pintor espanhol, autor da enigmática tela "As Meninas"
Nas bancas, leitor leva a Folha e publicação sobre o artista por R$ 12,90; coleção reúne mestres da história da arte e tem 20 números
DA REPORTAGEM LOCAL
Poucas obras são tão reverenciadas por artistas como "As
Meninas", de Diego Velázquez,
uma de suas últimas obras, realizada em 1656. É um tanto óbvio o motivo: em uma época na
qual o ofício do artista ainda
não tinha o prestígio que alcançaria alguns séculos depois, o
pintor espanhol realiza uma
obra de forte caráter metalingüístico, enfocando a importância do autor ao se incluir na
misteriosa obra.
Com isso, Velázquez, tema
do volume do próximo domingo da Coleção Folha Grandes
Mestres da Pintura, deixou registrado para a posteridade,
quase como em uma foto -outro dos motivos da veneração
pela obra por artistas contemporâneos- um enigma intelectual que segue discutido.
"As Meninas" é uma das 28
obras analisadas na seção Galeria, na qual é considerada "o auge de Velázquez". Originalmente, a tela se chamava "A Família
de Filipe 4º". A teoria mais
aceita é que a obra induz o espectador a imaginar que Velázquez começava a pintar um retrato dos reis Filipe 4º e Mariana, quando a infanta Margarida
irrompeu no ateliê do artista
acompanhada de suas damas.
Segundo tal versão, sabe-se
que os reis são o motivo da pintura, pois estão refletidos no espelho ao fundo no quarto, ressaltado por uma porta entreaberta com forte luminosidade.
Outra versão, no entanto,
afirma que não se trata de um
espelho, e sim de uma pintura
dos reis. Velázquez estaria retratando a princesa Margarida
e suas damas de honra, daí "As
Meninas". O conjunto torna-se
ainda estranho pelos dois
anões que estão próximos da
princesa.
Além do caráter enigmático,
a obra também é considerada
precursora do impressionismo,
movimento que se desenvolveria mais de dois séculos depois,
por retratar um instante em
que o conjunto de personagens
parece estar em ação.
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