São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Crítica

Monroe e as paixões torrenciais

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

De tanto serem malhadas, as distribuidoras brasileiras quase que já não traduzem os nomes dos filmes. É uma pena, pois havia mancadas bem divertidas e também acertos muito poéticos.
"Torrentes de Paixões" (Telecine Cult, 16h20), por exemplo, me parece mais sugestivo e poético do que o insosso "Niagara" original.
O que existe na fita dirigida em 1953 por Henry Hathaway (de "Nevada Smith") são realmente torrentes de paixões, encabeçadas por Marilyn Mon-roe, mas com a participação também de Joseph Cotten e Jean Peters.
E é como se as cataratas, mais as persianas, tratassem de formar uma cortina diante desses personagens, nunca deixando que se revelem por inteiro; como se os sentimentos não tivessem inteireza jamais, fossem sempre conflitivos.
E neste ponto podemos, afinal, entender melhor o título original, com a sugestão de uma força da natureza equivalente à das paixões humanas, as torrenciais.


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