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Crítica
Monroe e as paixões torrenciais
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
De tanto serem malhadas, as
distribuidoras brasileiras quase que já não traduzem os nomes dos filmes. É uma pena,
pois havia mancadas bem divertidas e também acertos
muito poéticos.
"Torrentes de Paixões"
(Telecine Cult, 16h20), por
exemplo, me parece mais sugestivo e poético do que o insosso "Niagara" original.
O que existe na fita dirigida
em 1953 por Henry Hathaway
(de "Nevada Smith") são realmente torrentes de paixões,
encabeçadas por Marilyn Mon-roe, mas com a participação
também de Joseph Cotten e
Jean Peters.
E é como se as cataratas,
mais as persianas, tratassem de
formar uma cortina diante desses personagens, nunca deixando que se revelem por inteiro; como se os sentimentos não
tivessem inteireza jamais, fossem sempre conflitivos.
E neste ponto podemos, afinal, entender melhor o título
original, com a sugestão de
uma força da natureza equivalente à das paixões humanas, as
torrenciais.
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