|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bienal homenageia Monteiro Lobato
Vida e obra do autor serão relembradas hoje em reunião especial organizada pela Academia Paulista de Letras
Autor do "Sítio do Picapau Amarelo" será ainda tema de mesa-redonda, exposição e palestra de culinária
MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO
Nem só de conde Drácula
viverá hoje a Bienal Internacional do Livro de São Paulo,
que vai até 22 de agosto.
No primeiro dia de programação aberta ao público, os
eventos sobre vampirismo terão fortes concorrentes na
disputa pela atenção do público: a boneca de pano Emília e toda a turma do "Sítio do
Picapau Amarelo".
Monteiro Lobato (1882-1948) é um dos autores homenageados pela Bienal deste ano. A outra é a escritora
Clarice Lispector.
O primeiro evento dedicado ao autor acontece às 16h,
quando os membros da APL
(Academia Paulista de Letras) realizam uma sessão especial sobre sua vida e obra.
Entre as palestrantes estarão Lygia Fagundes Telles e
Tatiana Belinky. No lugar do
chá servido nas reuniões da
APL, haverá receitas feitas
por dona Benta e tia Nastácia
no "Sítio..".
Ao longo da Bienal, Lobato ainda será tema de mesa
redonda, aula de culinária e
de exposição. Além da herança literária, a escolha de
Lobato como homenageado
deveu-se ao foco da Bienal
no público jovem.
"Lobato é a principal referência da literatura infantil
brasileira. Como nosso objetivo é formar novos leitores, a
temática dele é muito oportuna nesse sentido", diz diz
Eduardo Mendes, diretor-executivo da CBL (Câmara
Brasileira do Livro).
O presidente da APL, José
Renato Nalini, conta que a
sessão de hoje tratará não
apenas do literato, mas também resgatará o perfil intelectual atuante de Lobato.
"Além dos livros, ele militou pela nacionalização do
petróleo e fundou uma editora que modernizou o mercado de livros no país. Foi um
herói brasileiro."
Ruth Rocha, escritora e
acadêmica da APL, explica
que a originalidade de Lobato consistiu em escrever para
as crianças usando um estilo
elegante e não tolo, abordando temas da época (guerra,
petróleo) com muito humor.
"Antes dele os livros infantis eram muito moralistas,
pedagógicos. As crianças das
histórias eram totalmente
submissas. Já ele criou personagens de incrível vitalidade
e riqueza literária."
O eterno encanto de Emília
é a maior prova disso.
21ª BIENAL DO LIVRO DE
SÃO PAULO
QUANDO das 10h às 22h; até 22/8
ONDE Pavilhão de Exposições do
Anhembi (av. Olavo Fontoura,
1.209, tel. 0/xx/11/2226-0400;
www.bienaldolivrosp.com.br)
QUANTO R$ 10
CLASSIFICAÇÃO livre
Texto Anterior: Para cineasta, gesto de Lula por Sakineh é nobre, mas ingênuo Próximo Texto: Última Moda - Vivian Whiteman: Na forma da lei Índice
|