São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2007 |
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STÁLIN, O POETA Quando a lua cheia luminosa Cruza flutuando a abóbada celeste E sua luz, brilhando intensamente, Põe-se a brincar no anil do horizonte; Quando suavemente o rouxinol Começa no ar seu gorjeio sibilante Quando o anseio da flauta de pã Plana acima do pico da montanha; Quando, contida, a fonte da montanha Torna-se torrencial e inunda o caminho, E a floresta, acordada pela brisa, Começa, farfalhando, a se agitar; Quando o homem expulso por seu inimigo Volta a tornar-se digno de seu país oprimido E o enfermo privado de luz Volta a ver o sol e a lua; Oprimido também, vejo, então, a bruma da tristeza Se dissipar, desfazer-se e logo sumir; E a esperança da vida boa Faz meu coração se abrir! E, arrebatado por uma esperança assim, Sinto júbilo n'alma e meu coração bater em paz; Mas será autêntica tal esperança Que me foi mandada nestes tempos? Poema sem título de Stálin (como Soselo), escrito antes de 1912, extraído do livro "Young Stálin". Tradução de Nelson Ascher Texto Anterior: Jovem Stálin foi meio bandido, meio intelectual Próximo Texto: Saiba mais: Obras lançam olhar humano sobre ditadores Índice |
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