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"Dreamgirls" e "Borat" estão entre favoritos
Premiação deve privilegiar sucessos de público; Meryl Streep e Sacha Baron Cohen são apostas entre atores
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA, EM NOVA YORK
É provável que os correspondentes estrangeiros que formam o diminuto colégio eleitoral do Globo de Ouro estejam
próximos de Hollywood a ponto de se sentir parte da indústria, mas não o são, ou não deveriam ser. Fontes são de um
mundo; repórteres, de outro.
Seu prêmio não representa a
indústria, mas jornalistas alinhados com o sentimento do
"povo", que se manifesta na bilheteria e com a idéia de não desagradar quem lhes arruma entrevistas e mantém abertos os
canais com os estúdios.
Em quem essa turma terá votado? Na categoria comédia ou
musical, "Dreamgirls" parece
barbada, embora "Pequena
Miss Sunshine" tenha feito carreira surpreendente. Meryl
Streep ("O Diabo Veste Prada")
e Sacha Baron Cohen ("Borat"),
âncoras de comédias bem-sucedidas, são apostas fortes entre os atores. Entre os dramas,
"Bobby" e "Little Children" estão lá só para completar os cinco candidatos. O cavalo mais
nobre é "A Rainha", que deve
valer a Helen Mirren o prêmio
de melhor atriz. "Os Infiltrados" e "Babel" correm por fora.
Forest Whitaker, o Idi Amin
de "O Último Rei da Escócia", já
foi considerado barbada para o
Globo de Ouro e para o Oscar,
mas Peter O'Toole ("Venus")
talvez não tenha outra chance,
e Leonardo DiCaprio (indicado
por "Os Infiltrados" e "Diamante de Sangue") inclui em
seu fã-clube os correspondentes estrangeiros de Hollywood.
"Dreamgirls" deve levar o
prêmio de atriz coadjuvante
(Jennifer Hudson) e talvez o de
ator coadjuvante (Eddie
Murphy como nunca se viu antes, o que não significa tanto,
mas já faz diferença).
Categorias abertas a toda
sorte de especulações são as de
diretor e filme estrangeiro. Um
prêmio de drama para "A Rainha" aproximaria o Globo de
Ouro de Stephen Frears, mas
Clint Eastwood disputa com
"Flags of Our Fathers" e "Letters from Iwo Jima", e Scorsese
sempre parece alguém que já
merecia o prêmio (esse ele já
tem, por "Gangues de Nova
York", diferentemente do Oscar e do prêmio do sindicato
dos diretores). "Letters..." seria
escolha óbvia entre os filmes
estrangeiros se não concorresse com Almodóvar ("Volver"),
sempre prestigiado nos EUA, e
com "O Labirinto do Fauno",
que teve recepção calorosa e é
mais genuinamente "estrangeiro" do que o filme de Eastwood (falado em japonês).
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