São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011 |
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CRÍTICA ANIMAÇÃO Desenho com base em roteiro de Jacques Tati é belo e triste MARCO AURÉLIO CANÔNICO EDITOR DE FOTOGRAFIA São poucos os corajosos que ainda fazem longas de animação como o francês Sylvain Chomet (de "As Bicicletas de Belleville") fez em "O Mágico", que estreia hoje nos cinemas de São Paulo, Rio, Porto Alegre e Brasília. Com um estilo de desenho mais manual do que computadorizado, um roteiro adulto, melancólico e sem diálogos e um ritmo lento, é quase um filme anticomercial na era dos multiplex e do 3D. O roteiro é baseado em um original que o diretor francês Jacques Tati (1907-1982) escreveu em homenagem a sua filha (a qual delas, a que ele renegou ou a que criou, é motivo de debate, ainda que o tom da história sugira que foi à primeira), mas não filmou. A história se passa em 1959 e o personagem central (com traços e trejeitos inspirados no célebre Monsieur Hulot, personagem-chave de Tati) é o velho ilusionista Tatischeff, que perde público para o então ascendente rock n'roll e é obrigado a aceitar apresentações em lugares decadentes. Num desses shows, num pub em um vilarejo escocês, Tatischeff (o sobrenome é o mesmo de Tati) conhece a jovem Alice, que o segue rumo à promessa de uma vida mágica na capital, Edimburgo. Lá, o velho artista se desdobrará para manter as ilusões de Alice, numa batalha tão perdida quanto a luta pela manutenção de seu ofício nos tempos modernos. Nesse aspecto, "O Mágico" -tradução ruim para o original "L'Illusionniste", já que um ponto central do filme é justamente a diferença entre ilusão e mágica- é também uma homenagem ao próprio estilo clássico de animação. Chomet sabe que seu tipo de desenho -que rende imagens absolutamente deslumbrantes- não tem como concorrer com as novas modas; mesmo em sua França natal, um país que valoriza o estilo clássico, "O Mágico" apanhou feio do último "Shrek". Ele persevera, no entanto, assim como o personagem central de seu filme. Com sorte, seu final será menos triste. O MÁGICO DIREÇÃO Sylvain Chomet PRODUÇÃO França/Inglaterra, 2010 ONDE nos cines Espaço Unibanco Augusta, Lumière Playarte, Cine Livraria Cultura e circuito CLASSIFICAÇÃO 12 anos AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Cinema - Crítica/Aventura: Adaptação confunde magia com bagunça Próximo Texto: Crítica/Drama: Filme espírita falha ao confiar na atuação do astro Zac Effron Índice | Comunicar Erros |
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