São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011 |
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CRÍTICA DRAMA Filme espírita falha ao confiar na atuação do astro Zac Effron RICARDO CALIL COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Entre os muitos filmes em cartaz em que os vivos tentam se comunicar com os mortos ("Além da Vida", "A Árvore"), "A Morte e Vida de Charlie" possui o tipo de crença mais peculiar. Seus produtores o realizaram com a fé de que há vida nas bilheterias para Zac Effron após "High School Musical", série que o transformou em astro. Já Effron parece ter aceitado o trabalho com a convicção de que é ator. A julgar pelo resultado de público e pelo desempenho do protagonista, ambas as crenças eram injustificadas. No início do filme, Effron está em seu habitat natural: vencedor, galã de matinês, representante do sonho americano. Ele é Charlie, promessa do iatismo que ganha uma bolsa para a universidade. Mas logo vem a tragédia. Num acidente de carro com Charlie ao volante, morre Sam, seu irmão mais novo. Durante o enterro, Charlie vê o espírito de Sam e decide se tornar zelador do cemitério para reencontrar o irmão. Ele se acostuma com a vida de perdedor -até encontrar uma segunda chance nos braços de Tess (Amanda Crew), uma famosa iatista. O personagem tem um arco que Effron não parece capaz de dominar: ele segura a onda nos momentos atléticos ou românticos, nunca nos dramáticos. Mas, mesmo que o filme seja um veículo para Effron, é preciso reconhecer que nem tudo é culpa dele. Além do roteiro convencional, há a hesitação do diretor para escolher o registro: drama espírita, história de superação, suspense à la "O Sexto Sentido"... E existe também a questão genética: o rosto perfeito de Effron lhe confere um aspecto artificial, robótico. Difícil imaginar seu "physique du rôle" funcionar em uma produção que não seja remake de "Baywatch". A MORTE E VIDA DE CHARLIE DIREÇÃO Burr Steers PRODUÇÃO EUA/Canadá, 2010 COM Zac Efron, Amanda Crew e Charlie Tahan ONDE nos cines Anália Franco UCI, SP Market Cinemark, Shopping D Cinemark e circuito CLASSIFICAÇÃO 12 anos AVALIAÇÃO ruim Texto Anterior: Crítica/Animação: Desenho com base em roteiro de Jacques Tati é belo e triste Próximo Texto: Crítica/Drama: Em filme sobre Além, Eastwood revela mistérios da vida Índice | Comunicar Erros |
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