São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2005

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Formato "reencarna" best-sellers

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a L&PM vem trabalhando quase que exclusivamente com livros de bolso, a Companhia das Letras entra no segmento seguindo o modelo internacional de fazer do pocket a "segunda vida" de um livro.
Todos os cinco títulos que a editora imprime na primeira fornada da Companhia de Bolso, e os demais já programados, tiveram edições anteriores em formato convencional. O quinteto inicial também tem em comum o sucesso de vendas em sua primeira encarnação, com títulos que já chegaram a 550 mil exemplares.
As semelhanças param aí. A série da Companhia das Letras, como a da concorrente gaúcha, engloba todos os gêneros literários. No primeiro pacote, por exemplo, estão um romance, de José Saramago, um volume de poesia, de Vinicius de Moraes, um pocket de filosofia, de Nietzsche, e dois relatos não-ficcionais, de Drauzio Varella e de Amyr Klink.
Nos próximos lançamentos, o "blend" será mantido. Ficção, de nomes como Italo Calvino, Erico Verissimo e Moacyr Scliar; não-ficção, como o ensaio "O Queijo e os Vermes", de Carlo Guinzburg.
"Estamos publicando obras que já saíram há algum tempo, com um intervalo maior do que o usado no mercado americano, que já está acostumado com isso", diz Luiz Schwarcz, da Companhia, em referência ao fluxo natural de um lançamento nos EUA: sai em capa dura e depois de um ano é publicado em versão brochura.
A escolha de que títulos do catálogo convencional devem ser passados para a versão mais econômica é, segundo Carlos Augusto Lacerda, o "xis da questão". "Se eu publico a versão pocket de um clássico como "Viva o Povo Brasileiro", de João Ubaldo, ninguém compra mais a original. É preciso ter cautela para não perder", diz o editor da Nova Fronteira. Ainda assim, ele diz que tem "desejo ardente" de intensificar suas operações no formato de bolso. (CEM)


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