São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2005

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MÔNICA BERGAMO

BODAS DE OURO

Luciana Cavalcanti/Folha Imagem
O casal Maluf na Igreja Nossa Senhora do Brasil: 50 anos de união


Pompa e circunstância

"Esse sapato não vai entrar no seu pé! Você engordou muito nesses 50 anos", dizia Sylvia Maluf ao marido, quando ele se vestia para a missa que celebrou, anteontem, as bodas de ouro do casal. É que Paulo Maluf cismou: ele queria porque queria calçar o mesmo par de sapatos que comprou na viagem de lua-de-mel que fez com Sylvia pela Europa, em 1955.

 

Força daqui, força dali, e os sapatos pretos, com cadarço, entraram nos pés do ex-prefeito.
 

Ainda na casa, Maluf teve fôlego para dar entrevistas a uma revista de negócios e a um programa de celebridades da televisão. "Deixarei obras para a posteridade. Meus túneis não viraram piscinões, as pontes que fiz em São Paulo nunca caíram", dizia. E uma declaração de amor para Sylvia? "Se naquele tempo eu a conhecesse como a conheço hoje, estaríamos casados há 52 anos, e não há 50 apenas", disse Maluf.
 

O casal revela que não trocou presentes. "Depois de tantos anos, já tive muito mais do que merecia", diz Sylvia. "Dei a ela um beijo. Já temos de tudo. Por isso pedimos que, no lugar de presentes, os amigos fizessem doações à Santa Casa de Misericórdia", diz Maluf.
 

O casal então se dirigiu à igreja Nossa Senhora do Brasil, onde já estavam amigos como o rabino Henry Sobel, o arquiteto Julio Neves, Maricy Trussardi, Naji Nahas e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. A orquestra Bacarelli tocava o "Coro dos Peregrinos", de Wagner, a "Ave Maria" de Schubert e a bela "Love Is a Many Splendored Thing".
 

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, chegou quase com o casal. Paulo e Sylvia Maluf -ela num vestido de rendas douradas, de Júnior- entraram na igreja ao som de "Pompa e Circunstância", de Elgar. Ao ver Severino, Maluf jogou um beijo. Sylvia jogou o seu para a mãe, Alexandra, 91 anos "e 40 bisnetos", como explica Maluf.
 

Vera Simão, que organizou o evento, penava para desfazer as rodinhas de políticos que se formavam nos corredores laterais da igreja. E para providenciar cadeiras para os deputados. "Vera, ele vai ser ministro", dizia Augusto Diniz Junior, assessor de Agnaldo Timóteo, apontando para o deputado Ciro Nogueira, o queridinho de Severino Cavalcanti. "Eu sei, mas as cadeiras são da igreja, não minhas", respondia ela.
 

Depois da missa, o casal recebeu os cumprimentos dos cerca de 300 convidados na porta da igreja. "Tá boa, linda?", dizia Maluf às convidadas. E assim repetidamente, por quase duas horas. "Oi amor, querida. "Cê" tá no coração, querida. Oi, querida, linda. Se você é da família Saraita, é da minha família também. Oi querido, cê tá bom?"
 

E, para quem felicitava tantos anos de união, Maluf fazia questão de dizer: "É, 50 anos, querido. E com a mesma mulher! Com a mesma mulher!".

NA TOCA DO CAIADO 1
O deputado Ronaldo Caiado está processando o escritor Fernando Morais por causa do livro "Na Toca dos Leões", sobre a W/Brasil, do publicitário Washington Olivetto. No livro, Morais relata que Caiado procurou Olivetto e seu sócio, Gabriel Zellmeister, na campanha presidencial de 1989. Zellmeister diz no livro que "o cara [Caiado] era muito louco. Contou que era médico e tinha a solução para o maior problema do país, (...) os nordestinos": adicionar à água potável um remédio que esterilizava as mulheres.

NA TOCA DO CAIADO 2
Caiado diz que é casado com uma nordestina e que jamais diria algo "tão infundado. Nem um charlatão nem um débil mental faria isso". Morais diz que sustenta "tudo o que está escrito no livro, da página 1 à página 500".

CUSTO ALTO
A mudança do MAM (Museu de Arte Moderna) para o prédio da Prodam, no parque Ibirapuera, esbarra num probleminha básico: o custo da mudança do órgão. Na gestão de Celso Pitta, os gastos foram calculados em R$ 80 milhões. Na de Marta Suplicy, caíram para R$ 20 milhões. O MAM até agora não recebeu proposta concreta da gestão de José Serra. As contas anteriores foram consideradas um tanto salgadas por alguns conselheiros do museu.

DIPLOMA 1
Confusão no mundo dos cursinhos. Depois do Objetivo ter veiculado um outdoor comemorando a aprovação da estudante Caroline Cha em primeiro lugar no vestibular para medicina da Unifesp, o Anglo espalhou, em suas unidades, cartazes com cópias de boletins da aluna, afirmando que ela estudou na unidade Tamandaré do cursinho. Procuradas pela coluna, as duas escolas afirmam que Caroline fez o cursinho "extensivo" no período da manhã.

DIPLOMA 2
Caroline não comentou as informações. Apenas disse que freqüentou as duas escolas. "Estão me perseguindo. Eu não fui comprada. Mas não quero dizer mais nada." O Anglo enviou à coluna cópias dos boletins de Caroline. Um coordenador pedagógico do Objetivo, que se identificou como "professor Caio", preferiu não enviar os documentos "por respeito à família". E declarou: "O Anglo fez uma baixaria danada. Vai acabar sobrando para quem publicar [a notícia]".

CONSULTORIA
O programa "Saia Justa", do GNT, vai ganhar uma colunista sexual. Será a escritora Gisela Rao, que comandará o quadro "Saia Sexy".

@ - bergamo@folhasp.com.br

COM JOÃO LUIZ VIEIRA E DANIEL BERGAMASCO


CURTO-CIRCUITO

Costanza Pascolato, Márcia Vilela Neder, Patrizia Curi e André Fischer participam de debate sobre o livro "Estou Ótima!", hoje, na Fnac do bairro de Pinheiros, às 19h.
Começa hoje o Fórum Empresarial promovido pelo empresário João Dória Jr. na ilha de Comandatuba, na Bahia.
É hoje o lançamento do livro "Café - Um Guia do Apreciador", na Saraiva do Brascan Century Open Mall, nos Jardins.
A Associação Desportiva para Deficientes promove a ADD Sports, dentro da Feira Internacional de Tecnologias de Reabilitação e Inclusão, que vai de hoje a domingo, em SP.


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