São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2008

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crítica

A artista vale mais do que a primeira-dama

DA REPORTAGEM LOCAL

É pena que boa parte das pessoas só descubra Carla Bruni, a artista, depois de ler sobre seu papel como primeira-dama francesa. Porque Bruni merece ser avaliada pelo que é: uma boa compositora, que se defende ao violão e tem a clássica voz sensual francesa (apesar de italiana): meio sussurrada, suave, absolutamente adequada às letras e à língua -o que fica ainda mais evidente quando ela canta em inglês, como em "You Belong to Me", deste novo disco. "Comme si de Rien n'Était" é bem melhor do que o anterior, "No Promises" (em inglês), e está no mesmo nível do primeiro, o muito bom "Quelq'un m'a Dit" (que é mais acústico). Há um punhado de grandes canções pop, delicadas, sensuais, como "L'Amoureuse", "Salut Marin" e "L'Antilope". Mesmo uns poucos escorregões ocasionais (como em "Déranger les Pierres" e em "La Possibilité d'une Île") não estragam o conjunto. Desprezar o talento da primeira-dama por antipatia a seu marido é uma bobagem que, fora da França, não deve ter maior efeito. Seria mais ou menos como deixar de ouvir Gil por não gostar do governo Lula.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)

COMME SI DE RIEN N'ÉTAIT
Artista: Carla Bruni
Gravadora: Naive
Quanto: R$ 37, em média (importado, na Amazon.fr)
Avaliação: bom



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