COLUNISTA DA FOLHA

O lugar é mais do que apropriado: Vale dos Vinhedos, um dos primeiros berços de vinhos finos do país.
Foi lá, em plena serra gaúcha, que aconteceu a quinta edição do Brasil Wine Awards, concurso de vinhos nacionais realizado pela empresa brasileira M&P Editora, que publica a revista "Vinho Magazine", e a belga Vinopres, organizadora do Concours Mondial de Bruxelles, uma das maiores competições etílicas do mundo.
No evento, encerrado anteontem, foram avaliados, às cegas, cerca de 140 amostras, outorgando às melhores medalhas de prata, ouro ou grande ouro, o troféu máximo -a premiação completa pode ser encontrada no site www.concoursmondial.eu.
As provas mostraram que os goles do país continuam em ascensão. Os espumantes marcaram presença com belos exemplares, como o Poética, um rosado da Salton que levou medalha de prata, ou o Brut 2007 da Cooperativa Garibaldi, vivaz e pleno de fruta.
Mas, neste ano, o destaque ficou com os tintos. Houve ricos merlot -uva já quase emblemática daquele canto.
Menção para três 2005: o Desejo da Salton, intenso e agradável, o Reserva da Luiz Argenta, uma adega para ficar de olho (ambos ouro), e o Valmarino Gran Merlot, denso, amplo, um grande rubro.
Brilharam também alguns cabernet sauvignon, como o Valduga Premium 2005, complexo e equilibrado, o Boscato Reserva 2004 (cassis, tabaco, boa textura, foi ouro) e o Pizzato Reserva 2004, com monumental expressão de fruta, o melhor vinho que provei. Ele levou uma das medalhas de grande ouro.
As outras foram para a Salton (Talento 2004), a Panizzon (Maximus 2006) e a Miolo, pelo Fortaleza do Seival 2006, um tempranillo da Campanha, nova fronteira vitivinícola do Brasil. (JORGE CARRARA)