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Bienal do livro abre com best-sellers e famosos
Bernard Cornwell, Meg Cabott e Xuxa são destaque no início do evento carioca
Na ala "literária", Andrew Keen criticou os efeitos nocivos da internet e David Grossman falou sobre os conflitos árabe-israelense
MARCOS STRECKER
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Mesmo com a aposta nos nomes de peso e nas atividades
culturais, a 14ª Bienal do Livro
do Rio, que começou na última
quinta, foi dominada nos primeiros dias pelos autores best-sellers. Os grandes sucessos de
público do primeiro fim de semana foram Bernard Cornwell,
a escritora americana Meg Cabot, autora da série "O Diário
da Princesa" (Record), e a brasileira Thalita Rebouças, autora de "Fala Sério, Mãe" (Rocco).
Os três atraíram uma legião de
fãs, rivalizados apenas por Xuxa, que provocou cenas de histeria na sexta ao prestigiar o autor de livros infanto-juvenis
Pedro Bandeira.
Escritor de sagas históricas,
Cornwell é um dos mais populares autores britânicos. Em
uma apresentação que lotou os
390 lugares do maior auditório
da Bienal, comentou sucessos
como "O Arqueiro" e "Azincourt" (Record), que lança no
Brasil. Respondendo de pé,
com presença de espírito, tirou
dúvidas de fãs que aguardaram
horas para ouvi-lo.
No Café Literário, os destaques foram o britânico Andrew
Keen, o americano David
Grann e o israelense David
Grossman. Keen é autor de "O
Culto do Amador" (Zahar). Em
debate com o jornalista Caio
Túlio Costa, autor de "Ética,
Jornalismo e Nova Mídia" (Zahar), o escritor radicado nos
EUA criticou os efeitos nocivos
da internet, que estaria promovendo posições menos tolerantes e fazendo as pessoas se unirem apenas àquelas quem têm
os mesmos pontos de vista.
O americano David Grann
comentou seu livro "Z - A Cidade Perdida" (Cia. das Letras)
em debate com o jornalista Daniel Piza, no sábado.
O livro narra a trajetória do
explorador britânico Percy
Fawcett, desaparecido no Brasil em 1925. Grann chegou a visitar a região do Xingu em sua
pesquisa e comentou com bom
humor sua falta de vocação para as aventuras na selva. Provocou risos ao se dizer mais parecido com Woody Allen do que
com Indiana Jones, personagem que teria sido inspirado
em Fawcett.
O israelense David Grossman participou de debate com
o jornalista Bernardo Ajzenberg, autor de "Olhos Secos"
(Rocco). Grossman comentou a
longa elaboração de "A Mulher
Foge" (Companhia das Letras),
que narra personagens marcados pelos conflitos árabe-israelenses. Enquanto escrevia o romance, o autor mesmo perdeu
um filho na segunda guerra do
Líbano.
No sábado, também debateram o australiano Tim Winton,
que lança "A Mulher Perdida"
(Paz e Terra), e David Wroblewski, autor de "A História de
Edgar Sawtelle" (Intrínseca).
Uma novidade em relação às
outras edições é o espaço de leitura coordenado pelo ator Paulo José. Ele reuniu artistas como Marília Pêra e Giulia Gam
para lerem trechos de clássicos
brasileiros. Ainda que as leituras tenham sido marcadas pela
descontração, também houve
momentos de empostação exagerada, como os protagonizados por Tony Ramos ("Há que
se ler Mário de Andrade"). A
Bienal também apresenta uma
exposição em homenagem ao
editor José Olympio e o espaço
infantil Floresta de Livros, que
traz performances diárias de
atores. Nos primeiros dois dias,
a Bienal atraiu 45 mil visitantes. A previsão é de que 600 mil
pessoas visitem o Riocentro até
o próximo domingo.
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