São Paulo, segunda-feira, 14 de setembro de 2009

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Bienal do livro abre com best-sellers e famosos

Bernard Cornwell, Meg Cabott e Xuxa são destaque no início do evento carioca

Na ala "literária", Andrew Keen criticou os efeitos nocivos da internet e David Grossman falou sobre os conflitos árabe-israelense

MARCOS STRECKER
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Mesmo com a aposta nos nomes de peso e nas atividades culturais, a 14ª Bienal do Livro do Rio, que começou na última quinta, foi dominada nos primeiros dias pelos autores best-sellers. Os grandes sucessos de público do primeiro fim de semana foram Bernard Cornwell, a escritora americana Meg Cabot, autora da série "O Diário da Princesa" (Record), e a brasileira Thalita Rebouças, autora de "Fala Sério, Mãe" (Rocco). Os três atraíram uma legião de fãs, rivalizados apenas por Xuxa, que provocou cenas de histeria na sexta ao prestigiar o autor de livros infanto-juvenis Pedro Bandeira.
Escritor de sagas históricas, Cornwell é um dos mais populares autores britânicos. Em uma apresentação que lotou os 390 lugares do maior auditório da Bienal, comentou sucessos como "O Arqueiro" e "Azincourt" (Record), que lança no Brasil. Respondendo de pé, com presença de espírito, tirou dúvidas de fãs que aguardaram horas para ouvi-lo.
No Café Literário, os destaques foram o britânico Andrew Keen, o americano David Grann e o israelense David Grossman. Keen é autor de "O Culto do Amador" (Zahar). Em debate com o jornalista Caio Túlio Costa, autor de "Ética, Jornalismo e Nova Mídia" (Zahar), o escritor radicado nos EUA criticou os efeitos nocivos da internet, que estaria promovendo posições menos tolerantes e fazendo as pessoas se unirem apenas àquelas quem têm os mesmos pontos de vista.
O americano David Grann comentou seu livro "Z - A Cidade Perdida" (Cia. das Letras) em debate com o jornalista Daniel Piza, no sábado.
O livro narra a trajetória do explorador britânico Percy Fawcett, desaparecido no Brasil em 1925. Grann chegou a visitar a região do Xingu em sua pesquisa e comentou com bom humor sua falta de vocação para as aventuras na selva. Provocou risos ao se dizer mais parecido com Woody Allen do que com Indiana Jones, personagem que teria sido inspirado em Fawcett.
O israelense David Grossman participou de debate com o jornalista Bernardo Ajzenberg, autor de "Olhos Secos" (Rocco). Grossman comentou a longa elaboração de "A Mulher Foge" (Companhia das Letras), que narra personagens marcados pelos conflitos árabe-israelenses. Enquanto escrevia o romance, o autor mesmo perdeu um filho na segunda guerra do Líbano.
No sábado, também debateram o australiano Tim Winton, que lança "A Mulher Perdida" (Paz e Terra), e David Wroblewski, autor de "A História de Edgar Sawtelle" (Intrínseca).
Uma novidade em relação às outras edições é o espaço de leitura coordenado pelo ator Paulo José. Ele reuniu artistas como Marília Pêra e Giulia Gam para lerem trechos de clássicos brasileiros. Ainda que as leituras tenham sido marcadas pela descontração, também houve momentos de empostação exagerada, como os protagonizados por Tony Ramos ("Há que se ler Mário de Andrade"). A Bienal também apresenta uma exposição em homenagem ao editor José Olympio e o espaço infantil Floresta de Livros, que traz performances diárias de atores. Nos primeiros dois dias, a Bienal atraiu 45 mil visitantes. A previsão é de que 600 mil pessoas visitem o Riocentro até o próximo domingo.

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